por Miriam Karam
Só hoje pude ler hoje a reportagem que revela o assustador número de pontos somados por outro tanto de deputados estaduais em suas carteiras de motoristas. A Casa do Povo é a casa do horror, porque Fernando Ribas Carli, aquele do acidente com duas vítimas fatais, com 125 pontos nem é o campeão. Há gente que desrespeita ainda mais o código de trânsito.
Dizer que os pontos são dos motoristas é de uma ingenuidade à toda prova – ou, mais uma vez, a certeza da impunidade dos deputados – porque desde que começou o sistema de pontuação, a multa oferece um formulário próprio para que se avise o Detran quem estava ao volante. Se nada é feito, os pontos são somados à carteira do proprietário.
Mas o que mais me assustou no bom trabalho da repórter Rosiane de Freitas, da Folha de Londrina, foi a declaração de Gustavo Fatori, coordenador de infrações do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), citada por ela. ”Ele (o motorista que somou mais de 20 pontos) está proibido de dirigir. O que não pode é durante esse prazo de suspensão ele ser flagrado dirigindo.”
Então, escondido pode? Se não o pegarem, pode? É esse conselho que Fatori dá? É só fugir das Blitze? Também acho que, jornalisticamente, a repórter deveria ter dado mais destaque à declaração.
É, Miriam, essa é a realidade. E a única blitz capaz de pegar esses caras é a blitz da urna. Mas, infelizmente, dessa eles também escapam – porque sempre haverá tolos para reelegê-los.
Só um detalhe – e não se trata de defesa do Carli: Cassado este último (por dirigir sem carteira) os demais parlamentares que dirigem irregularmente – e que ainda não entregaram suas habilitações ao Detran – flagrados na direção de veículos, igualmente serão excluídos da Assembléia? Perguntar não ofende!!!
Miriam, esperar uma Blitz é a coisa mais dificil do motorista.A minha Carteira de Habilitação é nova, de 1947, faz anos e anos, que não vejo uma Blitz , Já escrevi sobre isso em artigo publicado no jornal Impacto, com o titulo:O Transito em Curitiba. Com Blitz, o número de veiculos rodando em Curitiba, teria uma diminuição de 30%. Sem Carteira; Sem pagamnento do IPVA, Com mais de 20 Pontos; Sem placas ou não identificáveis; Sem condições de transitar; Menores de idade; e os deputados estaduais e outras autoridades que acreditam serem intocáveis. Fora os “fura sinaleiros” e aqueles que aumentam a velocidade, após passar por um Radar, que seriam multados e perdidos pontos, até passar dos 20., estabelecidos por Lei que os deputados desconhecem.
Já esqueceram daquele célebre ‘acordo de cavalheiros’ que permitia que os ônibus ditos ligeirinhos circulassem acima da velocidade em vias com radar?! – E o que dizer daquelas sem radar, mas com aquelas placas avisando sobre limite de velocidade, placas que não estão lá por acaso e que deveriam ser lidas e obedecidas!
Concordo em parte com o comentário do S. Sebastiani – NÃO concordo com a idéia de onerar ainda mais quem está com o famigerado IPVA atrasado – Acho até qiue o IPVA deveria ser extinto, ou pelo menos ser substancialmente diminuído, para isot bastando que um valor de mercado realista fosse aplicado aos veículos – Digamos, o valor do veículo MENOS os impostos embutidos no valor do mesmo – Como está, é cobrar imposto EM CASCATA, o que também é crime!
Um problema sério nosso é a demora no julgamento de multas. Quanto tempo demora o julgamento para um mortal comum? Quanto demora para um deputado?
O Detran envia para casa um aviso que o motorista atingiu 20 pontos. Recebi-o. Fiquei um mês sem carteira, fiz um curso e agora há um ano não tenho multa.
Todas as multas que recebi foram justas, apesar de serem por “crimes menores”: 68 a 70km/ hora. Entreguei minha carteira sem chiar.
Certo está o Sylvio: é só fazer blitz (que palavra!) sistematicamente e o trânsito de Curitiba melhora muito.
Onde não há ordem, há desordem.
Miriam, fiquei feliz ao encontrar o seu comentário e ver que você continua alerta para as barbaridades institucionalizadas que se praticam neste país. Bom jornalismo é isso aí: pinçar aquela manchete “escondida” num canto qualquer da matéria e achar as “conexões ocultas”. Vai fundo.