Do ombudsman:

Dia sim, dia não, lá vai o caso “Carli Filho” no Jornal Nacional e assemelhados. Dona Ana Maria Braga tenta faturar, o advogado da família Yared fica brabo porque não se cumpriu o combinado. Datena faz um carnaval. O sr. Assad, adovgado dos rapazes mortos,  quer mídia e, reconheçamos, o homem é um grande  pauteiro, grande chefe de reportagem. Na internet proliferam vídeos, fotos e comentários. Ah, os holofotes…
 
Mas o caso é simples: o deputado que vai renunciar (para não ser cassado) saiu da UTI, nossa gloriosa justiça (jota minúsculo) vai levar alguns meses ou anos para se pronunciar (na sua manjada cegueira  de bengalas debaixo de suas becas).  A midia baixará a bola, porque hoje não tem boa notícia melhor na praça. Virá amanhã com o menino-deputado sendo  julgado por ” crime de trânsito”, quando é duplo-homicidio. Aí o bando de cordeiros – nós – veremos Luis Fernando Ribas Carli Filho, primário, condenado talvez a uns 6 anos de prisão, com direito a ” sursis” e a recursos  que seguirão  ao “egrégio” Tribunal de Justiça do Paraná, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e talvez ao STF (se ele renuncia perde a malandragem do forum privilegiado, mas no ato do crime ele era parlamentar – mais um recurso). Veremos então habeas corpus,  outros recursos, dribles jurídicos. Daqui a dez anos, estaremos condenados ao “principio da insignificância”, porque nós e nossos filhos estaremos ainda mais dominados ao estigma de que “Justiça é para pé de chinelo”. Carli Filho, então, não estará mais na mídia, porque  advogados cuidarão de enrustí-lo. Hoje, porém, é preciso se convocar alguém como o  Dr. Renê Dotti, nosso maior advogado,  e perguntar: “Qual é a ética dos advogados diante desse caso? Defender e ganhar dinheiro como um profissional ou  perdê-lo? Vale a consciência construída numa vida em busca da justiça, ou vale a ética do dinheiro?  Vale o discurso ou a prática?