7:10Sem autoridade, com tragédia

por Mané Galo, da Ilha do Chapéu, na Baía de Guaratuba

O acidente com o deputado Carli Filho que resultou na morte de dois jovens acendeu a discussão sobre o Código Nacional de Trânsito e a desobediência as leis .A maioria dos especialistas no assunto indica a falta de fiscalização como um dos maiores problemas no aumento dos casos de acidentes fatais nas ruas e rodovias. Basta um pequeno giro pelas ruas de Curitiba para sentir o abandono das autoridades na questão da fiscalização, organização e orientação do trânsito em nossas vias. Não se vê um guarda sequer na rua ajudando o motorista nos congestionamentos, multando os que não cumprem a lei. O que se vê são guardas transformados em arrecadadores
de recursos com seus talões nas mãos multando a torto e a direito qualquer  um por qualquer motivo e até sem nenhum. O Código Nacional de Trânsito diz que os veículos de transportes coletivo devem trafegar com luz baixa mesmo durante o dia dia. O mesmo ocorre com motocicletas.  O estacionamento em fila dupla, que é proibido, pode
ser verificado a qualquer hora do dia ao lado do prédio da Paraná Previdência, onde funciona também (atualmente) o Juizado Especial. Dá para concluir que grande parte da responsabilidade pelos acidentes de trânsito e a falta de respeito à legislação pertinente é das autoridades. Se estas não cumprem seus deveres como deveriam, e o cidadão sem consciência abusa porque sabe que a impunidade trafega junto e em alta velocidade, o resultado só pode ser esse aí, que esta nas páginas dos jornais e nos pricipais noticiosas da televisão brasileira: mais dois jovens mortos estupidamente nas ruas da cidade. Falta maior consciência e respeito à vida por parte do motorista e ação efetiva das autoridades.

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10 ideias sobre “Sem autoridade, com tragédia

  1. Pingo no "i"

    Com todo respeito Mané, mas é muito simples transferir para as autoridades a responsabilidade pelo flagelo que representa o trânsito em nossas vias.

    Basta observar o cotidiano das cidades e algumas pesquisas para observarmos que o cidadão é o principal responsável.

    Regras básicas são descumpridas com naturalidade. Não importa quem esteja atrás do volante – desde o médico até o mais humilde operário.Sugiro que escolha uma esquina movimentada com sinaleiro e observe durante apenas 1 hora quantos passam com o sinal vermelho. Será um espanto!

    O individualismo despreocupado (o outro que se lixe!), a má educação, a péssima formação como condutor.

    Chega a ser hilária a reclamação contra a tal “indústria da multa”. Percentualmente são irrelevantes as multas indevidas.
    Quando divulgam então os termos das defesas apresentadas, se tem a real dimensão de quem são os motoristas que levantam sua vozes contra o sistema. Estes agem de forma muito parecida com a do deputado.

    Antes de reclamar das autoridades (não que elas sejam algum modelo de retidão e competência, já que deixam muito a desejar) temos que, verdadeiramente, olharmos para nossas atitudes ao volante e termos a plena consciência de que QUALQUER DESLIZE, POR MENOR QUE SEJA, pode ocasionar prejuízos materiais e físicos a nós e a terceiros, independentemente da ação do poder fiscalizatório.

    Acredito firmemente que a educação para o trânsito (formal e informal) desde a infância e uma verdadeira formação como condutor(a) possam mudar este quadro de terror .

    Por óbvio que as punições devem ser reforçadas, preferencialmente com a imedita prisão nos casos mais graves, mas ainda acredito que a prevenção seja a melhor política.

  2. zero

    “O cidadão sem consciência abusa porque sabe que a impunidade trafega junto e em alta velocidade”. Mané Galo foi na veia. Perfeita análise. Aqui no bairro São Francisco, há muitas ruas de paralelepípedo. São ruas predominantemente residenciais e creio que a Prefeitura não trocou as pedras por asfalto justamente para que os carros trafeguem em velocidade mais baixa. Mas qual o quê! A Senador Xavier e a Duque de Caxias parecem pistas de corrida! Os motoristas descem o aço, andando a 60, 70, até 80 por aqui. Eles fazem isso porque não há fiscalização ou punição. Colocam sua pressa acima do respeito à vida. As punições deveriam ser mais rigorosas, tanto no bolso, através de multas, como também por meio de apreensão de carteira, proibição de dirigir para os reincidentes e prisão para os que colocam a vida alheia em risco. E nada de campanha educativa, não. Tá tudo escrito no Código de Trânsito e quem tira carteira já passou por todas as aulas e já deve ter aprendido tudo. Depois que a carteira é emitida, a educação tem de ser pela punição, porque trânsito é um assunto sério demais.

  3. Marisa

    É real, ninguém dá o exemplo. Você para no sinal e vê ao seu lado, um carro da polícia passando o sinal totalmente vermelho, sem estar em perseguição a ninguém, normal, simplesmente furou o sinal. Uma cidade onde um cidadão irresponsável é eleito, se mantém no cargo com histórico de inúmeras multas, carteira suspensa, e sai por aí matando e …. E esse mesmo cidadão está aí nos “representando”, é uma vergonha. Seria pra rir se não fosse de chorar.

  4. Cidadão

    Diáriamente, em frente ao Palácio da Justica, tem carros estacionados na faixa onde é proibido, esses dias por esses carros estarem estacionados no local onde tem faixa amarela pinta e destinado para embarque/desembarque, tive que parar no maximo um minuto em fila dupla, e logo apareceu uma moto do diretran e me multou, quetionei o agente se ele multaria tambem os carros que estavam parados em local proibido, na esquina e na faixa amarela, e como resposta obtive “que me ensinar a fazer meu trabalho?” e o agente foi embora sem multar os outros carros….
    Ainda, porque as terças-feira os carros que param sobre as calçadas no “Museu do olho” não são multados ?

  5. miltinho

    O trânsito de Curitiba está uma bosta, mas o que fazem os agentes da Diretran? So fiscalizam a falta de Estar. “Pingo no I”, está certo, a culpa É SIM DO PODER PÚBLICO. Por não fiscalizar e por NÃO DAR EDUCAÇÃO PARA A POPULAÇÃO.

  6. motorista

    VOCE CONHECEM ALGUM MOTORISTA ENDINHEIRADO QUE MATOU ALGUEM EM ACIDENTE AUTOMOBILISTICO, QUE HOJE ESTEJA NA CADEIRA CUMPRINDO PENA POR MORTE NO TRANSITO…..SE ALGUEM CONHECER ME AVISA….NOSSAS LEIS DE TRANSITO NÃO LEVAM NINGUEM PARA CADEIA…SE QUISER MATAR ALGUEM NÃO COMPRE UMA ARMA COMPRE UM CARRO ASSIM NÃO SERÁ PRESO, APENAS VAI RESPONDER POR CRIME DOLOSO SEM INTENSÃO DE MATAR

  7. SFU

    Não há dúvida! A culpa de última intância de um erro é de quem o comete. Porém, a indução ao erro é mais grave que ele próprio. Sim, indução, já que somos compelidos pelo aprendizado e pela obrigatoriedade a seguir o que determina a Lei, obedecendo a autoridade constituída para fazê-la cumprir. Então, quando essa autoridade nos dá o rumo, somos levados a segui-la, num processo de assimilação natural do erro e em atenção à nossa comodidade, ao desviar aquilo que entendemos serem obstáculos aos nossos objetivos fáceis. Assim é que ocorre o esfarelamento das instituições quando um Presidente da República, ao comentar os mensalões da vida, nos diz sê-lo um procedimento natural, já que determinado fato está inserido no processo moral usual da sociedade. Portanto, nesse caso do trânsito, todos erramos ao burlar os procedimentos e orientações legais, valorizando nossa comodidade momentânea e esquecendo os princípios para bem viver comunitariamente. Agora, a autoridade, ou a instituição governamental, tem de dar o exemplo e praticar aquilo que propugna ou que lhe é atributo. Não é admissível, pois, que transgressões desse tipo ocorram com os veículos policiais, governamentais, parlamentares ou junto a essas unidades de atendimento público.

  8. Edmond Dantes

    O Centro Cívico é exemplo para todo o cidadão nas questões de trânsito. Autoridades dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo descumprem a Código de Trânsito sem qualquer cerimônia. Basta dar uma volta naquela região para entender porque o cidadão comum se acha no direito de desrespeitar as normas de trânsito.

  9. Jorge Cara-Preta

    Realmente não é responsabilidade só das autoridades. Muitos cidadão também têm sua parcela de culpa. Mas, infelizmente muito órgãos responsáveis pela fiscalização do trânsito demonstram uma ânsia arrecadadora impressionante. Vou me restringir, agora, a um deles especificamente: a Polícia Rodoviária Federal.
    Radares escondidos, fotografando incessantemente, são uma rotina impressionante! Preferencialmente em rodovias de pista dupla, onde a velocidade máxima é de 110 km/h na maioria dos trechos mas, estranhamente, os radares são, quase sempre escondidos em um buraco de mureta qualquer ou arbusto providencial, ladeado por uma viatura descaracterizada.
    Prevenção e ostensividade? Para quê?
    E a Linha Verde? É uma avenida ou uma rodovia? Em uma mesmo dia, quem sabe em uma mesma hora, encontramos a PRF e a Diretran fiscalizando a mesma via. De quem é a competência?
    Se o município administra aquele trecho da antiga rodovia, o que lá faz a PRF? E o mais estranho: passe em horários de congestionamento na Linha-Verde e será mais fácil encontrar um elefante indiano do que uma viatura da polícia rodoviária federal orientando o tráfego o minimizando o caos.
    Passe a noite e encontrará muitas delas e seus eficazes agentes multando. E arrecadando. Nas marginais, nas avenidas que cruzam, nas esquinas e nas canaletas. Ou então, durante o dia, em momentos tranquilos, com um radarzinho escondido em uma curva ou sob um viaduto. Multando e arrecadando.
    Mais algumas questões, hoje que estou excepcionalmente curioso: a Polícia Rodoviária Federal aboletou-se em assumir todas as rodovias federais que cortam o Paraná e que são policiadas pela Polícia Militar Estadual.
    Tem a PRF efetivo para assumir todos estes trechos e seus milhares de quilômetros? Tem a PRF condições de imediatamente bem exercer o policiamento e a fiscalização nestas rodovias?
    A PRF quer efetivamente assumir todas as rodovias federais paranaenses, inclusive as mal conservadas, esburacadas e mal sinalizadas? Ou somente as pedagiadas, duplicadas e onde há ambulâncias e guinchos, sobrando tempo para esconder radares e multar. Ah, e arrecadar!
    Será que há interesse da PRF em colocar as mãos no sangue de vítimas de acidentes, retirar da pista carros avariados pelos buracos e enxergar através da poeira?
    Nem sabemos se a PRF do Paraná sabe o que é poeira. Talvez só saibam o que é asfalto. Do bom onde o radar arrecada bem e enche os cofres. Mas, é só desabafo no mar de erros das autoridades…

  10. SYLVIO SEBASTIANI

    Mané Galo, Pingo no “i”, Zero, Marisa, Cidadão, Miltinho, SFU e Edmond Dantes, lí seus comentários, todos perfeitos , com a mesma harmonia e principalmente:Muito importante essas colocações e necessárias, mas constantes.No Ano passado fiz um artigo com o titulo:”Transito de Curitiba” e agora no dia 23 de abril, pela manhã, fiz entrega pessoalmente ao Prefeito de Curitiba, Beto Richa. Disse que importante seria “blitz” permanentes, para verificar documentações,como falta de Carteira de Habilitação ou vencidas ,o pagamentos de IPVA (quem não paga impostos não pode trafegar nas ruas),sem placas nos veículos até sem origem e sem possibilidade de identificações e que Curitiba para ter um transito quase perfeito, precisa de uma ação rápida, enérgica, permanente,com autoridade sem participação política, praticamente recomeçar a educação no transito, com ensinamentos de escolaridade. Com apoio total do Detran, da Diretran e do Batalhão de Trasito da PM, unidos pela mesma orientação. Assim, lógicamente que aumentaria as arrecadações, que serviriam para atender um melhor efetivo de Agentes de Transito. Estes, entre outros, constam de meu artigo. Muito agradecido pela atenção, aos companheiros e companheira deste Comentário.

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