O mar das candidaturas ao governo do Estado agora está calmo. Descobriram que muvuca antes do tempo, e no início daquelas negociações que só os atores principais sabem, pode resultar naquilo que aconteceu na entrega da taça do campeonato paulista. Só que aqui o candidato a pegar a taça aqui na província queima vivo e vira carvão antes do tempo. A tática que parece dar certo é o da boca fechada. Mas aí há um dilema: o único que faz isso com perfeição, e só abre para dar aquele sorrisinho enigmático, é o prefeito Beto Richa (PSDB). Foi assim que ganhou a reeleição para a prefeitura com os emblemáticos setenta e poucos por cento. A vantagem dele é que está no exercício do poder na capital e cada passo seu, cada obra inaugurada, ganha espaço – e isso é campanha, sem ser campanha. O principal concorrente, o senador Osmar Dias (PDT), além de ainda estar oficialmente no mesmo barco e ter anunciado a candidatura, tem de se esforçar para ganhar espaço e precisa equacionar a questão da aliança com o PT (e, por tabela, o PMDB de Requião). A tropa de Richa acha que, assim como Lula, é feito de teflon – denúncia nenhuma vai colar por conta da popularidade – e também da forma atabalhoada e precipitada como têm sido feitas pelo PT. Por fora corre o senador Alvaro Dias (PSDB), mas a missão dele é quase impossível. A cantilena das pesquisas é um belo jogo de cena. Quem decide o candidato é o partido. E o ninho tucano prepara até espaço para uma tropa de peemedebistas que quer se abrigar ali no próximo governo sob as asas do atual prefeito de Curitiba. A conferir. Isso é campanha!