Da TV Cultura de São Paulo:
Em entrevista ao programa Roda Viva, transmitido ao vivo pela internet (www.iptvcultura.com.br), o cientista político Candido Mendes disse, em resposta a perguntas de internautas, que o político brasileiro vive as diversas idades geológicas. “Tem político da idade da pedra e tem também alguns da idade da pedra polida”, enfatizou Mendes. Porém, ele se mostrou bastante otimista ao ser questionado sobre a corrupção e o atual andamento da política no Brasil: “o país está melhorando muitíssimo porque está se evidenciando a corrupção de todos os tempos. Acabou esse fundo falso. Graças a Deus tudo isso está vindo à tona para não voltar nunca mais”.
Candido Mendes também falou sobre as cláusulas de barreira dos partidos políticos brasileiros. Para o sociólogo, as cláusulas não são bem vindas. “Eu era favorável à cláusula de barreira, mas estou convencido, hoje, que essas cláusulas estão acabando com um elemento fundamental da política que é a utopia brasileira. As esquerdas, com as cláusulas de barreira, não vão poder fermentar como elas precisariam”.
Quando o assunto abordado pelos entrevistadores foi a possível candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da república em 2010, Mendes afirmou que “independente da bravura e da coragem da ministra, que está comovendo todo o Brasil, é preciso se dizer que ela tem uma cabeça absolutamente ligada, tanto na eficiência ao aparelho quanto na plataforma de um governo. Ela associa a candidatura a um programa que é o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”, disse o professor, que também se referiu ao tratamento feito pela ministra contra o câncer linfático.
Num momento de grande descontração, quando questionado sobre a transferência de votos do presidente Lula para a provável candidata do governo à presidência da república, Mendes falou que “a idéia da Dilma é que ela é a “muié” do Lula. Esse é um começo de transferência que não ajuda e isso está me preocupando. Votar na “muié” do Lula não é uma forma para resolver o problema na linha que estamos considerando”, comentou Mendes, que arrancou risos de todos os participantes do programa.
No último bloco, o entrevistado, que também é reitor da Universidade Candido Mendes, enfocou a área da educação ao opinar sobre a questão das cotas raciais nas universidades públicas do país. Segundo o professor, o negro não se diz negro dentro das universidades. “Tem gente que prefere não ter cota a se assumir negro. O negro não se acha negro. As cotas deveriam ser sociais e cada vez menos raciais”, disse ao programa Roda Viva.
Cândido Mendes deu uma aula para os bobinhos (bobinhos não, mal intecionados!) que dizem que nunca houve na história deste país tanta corrupção. É que só agora uma pequena parte dela está visível aos caolhos.
Tem gente que só enxerga corrupção quando lhe é conveniente. E depois reclama do povo, que “não sabe” votar.