Do Goela de Ouro:

É assim que acontece: no ano passado uma quadrilha entrou num prédio de bilionários em São Paulo. Num dos apartamentos, levaram as jóias de uma família tradicional e de sobrenome italiano. Uma das peças era rara e única. Foi desenhada por encomenda numa tradicional casa de Paris. Meses depois, zapeando a tela de tv, a dona da jóia viu-a sendo ofertada num desses programas que adentram a madrugada e são transmitidos para quase todo o país. Chamou advogado, um inquérito foi aberto na 15ª DP da capital paulista (13091/09), a jóia foi apreendida num estúdio em Curitiba, houve uma prensa geral, joalheiros de São Paulo indicados como vendedores da peça pularam fora, outro afirmou que vendia peças para Curitiba, enfim, o angu cresceu na proporção do tempo, das ofertas e do número das prestações. No meio da trama, houve uma tentativa de se descaracterizar o fruto do roubo, ou seja, alterar a descrição da jóia. Segundo o advogado da vítima, o problema é que na hora da apreensão, descreveram corretamente a peça – e isto está no inquérito, assim como uma cópia do desenho original. Pode ser que tudo isso não dê em nada, mas até o fim da história, mil e uma noites acontecerão.