15:57Muito céu e muita nuvem

Até parece que a eleição para o governo do Estado será em outubro próximo. Saiu uma pesquisa. Deu Beto Richa na frente. Não foi surpresa. Deu Alvaro Dias. Foi surpresa para todo mundo. Menos para ele. Que desde sempre jogou uma carta na mesa: o das pesquisas, para se escolher quem será o candidato dos tucanos. Os números do Ibope de hoje remoçaram ainda mais o sessentão Dias. O quarentão Richa não apresentou nenhuminha ruga de preocupação no rosto – mesmo porque não tem. O jogo está apenas começando. Beto e Alvaro são a versão provinciana de José Serra e Aécio Neves no jogo para ver quem será o tucano a enfrentar Dilma Roussef. O que difere é a idade dos contendores. No caso da disputa pela presidência, o mais novo, governador de Minas, quer eleição no partido. Serra, mais velho, vai levar de qualquer forma. Aqui é o mais novo que vai levar, a não ser que não queira. Tem o partido na mão e a ajuda da cúpula nacional, tanto que é paparicado direto por Serra e Aécio. Alvaro Dias já foi governador, depois de 2010 terá ainda mais quatro anos de mandato como senador, talvez vire ministro se um tucano apear os petistas do governo (e essa conversa já foi entabulada entre Serra e Richa). Será que insistiria numa queda de braço com Richa? O grande adversário será o pedetista Osmar Dias – e uma disputa entre irmãos, já aventada e anunciada há tempos pelo jornalista Celso Nascimento em sua coluna na Gazeta do Povo, seria inédita, estranha e, talvez, muito forte para o paladar conservador do eleitor paranaense, apesar de os dois serem tão unidos quanto óleo misturado em água. O fato, contudo, é que a eleição é em outubro de 2010. O PT do ministro Paulo Bernardo já está com Osmar Dias e não abre, mesmo porque precisa de um palanque sólido para a ministra Dilma Roussef. Ainda não se sabe é para onde vai o PMDB do governador Roberto Requião, ele mesmo um homem à procura de apoio, depois do desastre de duas administrações. A candidatura do vice Orlando Pessuti é como uma bola que não será utilizada nos jogos da Copa do Mundo em Curitiba, o principal carro chefe para o peemedebista aparecer na mídia. Se Requião quiser dar um bico nela, puft!, a pretensão de Pessuti já Elvis. Há toda uma ala de políticos do partido costeando a cerca de Beto Richa muito antes de este ser reeleito com uma caminhão de votos. Do Palácio das Araucárias já foram emitidos sinais de que, quem sabe, todavia, contudo, o governador fique do lado do prefeito, mesmo que não ostensivamente, para garantir seu caminho ao Senado e pouco retaliação num possível novo governo. Ele pode abraçar ao senador Osmar Dias também, pois já foram muito amigos e trocaram pequenas escaramuças na disputa feroz pelo governo em 2008. Reforçaria muito o time do barba branca, porque tem sua legião sagrada de eleitores e não estaria sendo radical demais na preferência. Mas, isso tudo é o que está acontecendo agora. E ainda tem muito céu até outubro de 2010. E muita nuvem. E vento. E, quem sabe, tempestades. A conferir.

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3 ideias sobre “Muito céu e muita nuvem

  1. Borges Jr

    Se foi um saco ouvir isso no CBN Revista, então, por que leu novamente aqui no Zé Beto?? Masoquista!!

  2. Lucy

    Pois é Sr. Borges Jr.Ouvi pelo rádio, mas para escrever o que penso a respeito não precisei passar das 4 primeiras linhas. Mas já que o incansável Zé Beto postou por aqui também, não vi mal algum em comentar, já que não o fiz no site da CBN. Gosto mais daqui… Isso é masoquismo? 🙂

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