Luis Fernando Delazari, secretário da Segurança, aprendeu a lição errada do poder, talvez pela proximidade com o seu chefe, o governador Roberto Requião, um recordista em destemperos. Há pouco, durante a entrevista sobre a prisão dos policiais que integravam uma quadrilha de extorsão, um belo trabalho da Secretaria em parceria com o Ministério Público, o repórter Jadson André, deste Jornale, perguntou ao secretário se ele via alguma ligação entre a a prisão dos policiais e a manifestação da categoria, que aconteceu hoje e cuja principal reivindicação é um plano de cargos e salários. A resposta: “Sua pergunta é ridícula”. Dito isso, Delazari encerrou a entrevista e foi embora. Nesta semana ele deu uma entrevista a Heródoto Barbeiro, da rádio CBN, onde citou a remuneração dos policiais como fator que influencia a corrupção, uma explicação clássica para o problema. Mesmo que a pergunta não tivesse sido bem colocada, a função de um secretário de Estado cujo salário é pago pelo contribuinte é, no mínimo, demonstrar equilíbrio e educação, ainda mais exercendo uma função tão importante, sensível e visível para uma população cujo principal temor é ser vítima de violência. Se tivesse recebido uma resposta atravessada, o que faria o secretário? O repórter, jovem, em início de carreira, foi mais sensato que o experiente secretário. Ficou quieto. Ficou no ar apenas a reação de Delazari, agora colada em seu currículo.