7:09Contra a publicidade

De João José Werbtzki, o JJ (www.blogs.abril.com.br/blogdojj):

A CBN de Curitiba quer “proteger os ouvintes do assédio da Publicidade”. Pode? Ao anunciar um debate que vai ao ar neste próximo sábado, a rádio CBN, de Curitiba, está fazendo chamadas em sua programação, na qual destaca que vai ensinar aos ouvintes “como se proteger do assédio da Publicidade”…

Certamente, o jornalista que redigiu tal chamada não deve saber a origem do seu salário, além de constranger vivisilvemente a todos os anunciantes da emissora – que, ao que parece, não deve precisar das verbas dos anunciantes.

Lamentável a falta de percepção, de parte da Imprensa, de que quando atacam a liberdade de expressão publicitária fragilizam também a liberdade de informação e de opinião jornalística.

Um jornal, uma rádio, uma TV, ou uma revista, só serão realmente independentes se não dependerem das verbas de governo, com muita mídia da iniciativa privada.

Mas, como a CBN prefere proteger os ouvintes do assédio da Publicidade, melhor seria ela não ter mais anúncio algum.

Convenhamos: é um tiro no pé.

 

www.blogs.abril.com.br/blogdojj

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10 ideias sobre “Contra a publicidade

  1. bond

    acho que não jj. nem toda publicidade comete assédio, assim como nem todo tarado de escritório passa a mão na bunda da secretária. louvável iniciativa da CBN.

  2. Cesar

    Sou publicitário e trabalho cercado de jornalistas que não entendem a necessidade da publicidade para a sobrevivência dos veículos. Assim, também concordo que seja um tiro no pé.

    Só acho que a intenção do debate é outra e o Sr. JJ não deve ter entendido direito. Qualquer um que entenda um pouco da coisa sabe o quanto a publicidade faz o consumo aumentar e as pessoas se endividarem. 80 milhões de brasileiros estão nessa, devendo até as calças. Muito provavelmente porque a publicidade não estimulou o consumo consciente e os motivou a comprar sem precisar.

    Então, Sr. João, será que não precisamos mesmo nos proteger do assédio da publicidade? E será que um veículo de comunicação não tem o dever de levantar a discussão?

    Parabéns à CBN pelo debate. Eu, como publicitário, vou ouvir e participar.

  3. nanigois

    JJ
    meu caro e estimado amigo,nos como consumidores temos de saber tudo sobre propaganda ,nao importa que ela venha representar ,e mais nossos homens de propaganda sao tao bons que saberam continuar tando seus belos recados ao consumidores> Esta area de quem paga o salario de quem e chover no molhado ,cada um precisa do outro para sobrviver ok abraços nani gois

  4. jose

    Este post me lembra uma reunião de condomínio: no calor da discussão todo mundo aparece com soluções fantásticas, dois dias depois nada muda e tudo continua na mesma.

    Debate inócuo…

    Por precaução, vou pescar neste sábado…

  5. jeremias bueno

    É surpreendente a capacidade de não entender as coisas que algumas pessoas possuem.

    Os defensores do obscurantismo se irritam facilmente com o debate, mas estamos na época dos debates, dos questionamentos, da internet, do blog, da via de duas mãos. Hoje é lá-e-cá, vapt-vupt, bateu-levou,…

    A propaganda quando descamba para a mentira ou para o embuste tem que ser criticada sim. Não importa se gera dinheirinhos ou empreguinhos. Prostituição e tráfico de drogas também geram.

    Ninguém está acima do bem e do mal. Não estamos na Alemanha de Goebbels.

  6. João José, JJ

    É impressionante, misturar Goebbles neste assunto. Falta de muita informação, inclusive sobre a diferença entre Publicidade (comunicação comercial) e propaganda(comunicação ideológica, política ou religiosa). Mas, tudo bem…faz parte.

    Não vou entrar nesta discussão, agora. Escrevi um editorial a respeito da Missão da Publicidade, no meu blog. Quem tiver interesse, que entre lá, leia e opine.

    O fato é que Publicidade é a criação e a distribuição de mensagen de vendas eficientes, para públicos selecionado.

    Alavancar vendas é a missão da Publicidade, meus caros amigos. É para isso, para ajudar a vender, que ela existe e foi inventada.

    Publicidade que não ajuda a vender é lixo.

    Ajudando a vender, a Publicidade ajuda a aumentar os lucros, que ampliam os investimentos, que geram mais produção, que criam novos empregos, que proporcionam melhor distribuição de renda e maior bem-estar social e econômico numa sociedade. É um círculo virtuoso.

    Todo produto legalmente produzido e comercializado, não pode ter cerceada a sua liberdade de anunciar, para poder vender mais e mais, para que a empresa se desenvolva – e a sua comunidade com ela.

    Percebo uma visão xiita, de que a Publicidade assedia e obriga as pessoas a consumir além das suas posses, ou contra o que seria saudável para elas.

    Parem com isso!

    Mandem fechar as fábricas de doces e de bebidas!

    Maconha, crack, ecstasy e cocaína aumentam, descaradamente, as suas vendas, sem Publicidade.

    O problema é que, neste país, os incompetentes e corruptos dos políticos e dos governantes acham mais fácil proibir (ou tentar, para morder algum), do que fiscalizar, prender e punir exemplarmente quem infringe a lei.

    E muitos jornalistas embarcam nesta cruzada contra as bruxas da Publicidade, não percebendo que trabalham contra si mesmos, pois com menos publicidade das empresas, maior será a participação da propaganda governamental no seu faturamento – e menor será a sua chance de independência.

    Há mais de 300 projetos de lei, no Congresso, que visam cercear a liberdade de expressão publicitária. Se houvesse 1/3 disso, contra a liberdade de Imprensa, caía a casa. Não caía?

    Sou jornalista e publicitário e trabalhei em todos os lados do balcão, por isso compreendo algumas coisas que outros, que só viveram um dos lados, não conseguem compreender. Não sei tudo, mas sei que o que estão fazendo contra o direito de anunciar, neste país, não tem precedentes e piora a cada dia.

    Defendo a plena liberdade de expressão, publicitária, jornalística, poética, literária, musical, teatral, etc…desde que seja com responsabilidade e respeito à lei.

    No mais, é muita busca de holofotes, por parte de ONGs, promotores, políticos e governantes, que não percebem o quanto prejudicam a sociedade, cerceando a liberdade de anunciar.

    Há mentirosos? Claro que há – no jornalismo como na publicidade, há muitos. Que sejam denunciados e punidos.

    O que não é admissível é cular “o assédio” da publicidade, numa emissora de rádio, por exemplo, que depende do volume e do faturamento de anúncios para se manter no ar.

    Isso é hipocrisia. Não é jornalismo.

    JJ

  7. Alice

    Disse tudo meu caro. A propaganda é a alma do negócio e da imprensa. Então me diga: como acreditar na imprensa? Louvável a atitude da CBN. Tomara que não sejá só mais um tipo de publicidade, ou propaganda(pelo que sei não são a mesma coisa).
    Esses dias estava com minha filha de 2 anos numa farmácia e me toquei(tardiamente) que os doces e bugigangas ficam na altura de crianças que ainda não tem dissernimento para poder decidir. Comentei minha descoberta no balcão. Neste momento tinha um publicitário passando no caixa, que argumentou que se não fossem estas táticas de apelos publicitários, quem pagaria o salário deles. Pois é meu caro, é assim que caminha a humanidade. Publicitários ditam nossas necessidades. Imprensas criam verdades. E nós? Bem, nós que se fo…

  8. João José, JJ

    Talvez uma das atividades mais antigas da Humanindade seja o comércio, Alice. Colocar os produtos ao alcance das mãos não é Publicidade, é Merchandising – mas, tudo bem.

    As empresas, todas elas, só sobrevivem com vendas e lucros.
    E para vender, tem que disputar a atenção e a preferência dos consumidores.

    Por outro lado, as empresas jornalísticas trabalham com o produto notícia e opinião. Produzem isso e vendem, para ter lucro. Primeiro, tem o preço de capa, depois vem a Publicidade (que acaba arcando com a maior parte dos custos). Hoje, nos Estados Unidos, se discute cobrar pelo conteúdo na internet, das notícias e do entretenimento.

    Sim, porque tem um custo para produzir e não dá mais para fornecer estes serviços de graça. Principalmente por que a Publicidade na Internet ainda representa muito pouco dinheiro
    (no Brasil, 3,4% do bolo publicitário de mídia – no mundo, menos de 7%).

    O importante, esclarecendo ao meu amigo Nani, não é quem paga o salário de quem. É o fato de que somos remunerados, para produzir notícias ou publicidade. É o nosso trabalho.

    O jornalismo e o fotojornalismo buscam a realidade e a verdade (que, sabemos, é uma coisa relativa), para passar a informação e a opinião aos leitores.

    A publicidade e o marketing buscam realizar vendas, com lucros, para isso, buscam persuadir os consumidores da melhor forma possível. E fazemos grande parte disso através da mídia.

    Há abusos, tanto no jornalismo como na publicidade, mas essa não é a regra.

    Vivemos numa sociedade capitalista, mas mesmo numa sociedade comunista, a publicidade tem a mesma função: gerar vendas.

    Publicidade só tem razão de existir na alavancagem de vendas.

    Enquanto a propaganda tenta fortalecer ideologias, a publicidade tenta ajudar a convencer as pessoas a experimentarem e comprarem produtos, talvez até a virarem fiéis fregueses.

    A publicidade tem a responabilidade de se comportar corretamente, vendendo produtos, sem enganar o público, afirmou Raymond Conrad, um dos maiores redatores da história e fundador da Youg & Rubican.

    O mesmo ocorre com o jornalismo, vendendo notícias, sem enganar o público, de forma correta. Mesmo com tantos interesses e opiniões em jogo.

    Não assediamos o consumidor, na publicidade, para forçá-lo a consumir, como não assediamos o leitor para concordar com as nossas opiniões, em blogs, jornais, revistas, rádios e TVs.

    O consumidor e o leitor tem livre arbítrio, para desligar, para mudar de estação, para não concordar e discordar – até mudando de fonte de informação em sua vida.

    Não somos manipuladores tão poderosos assim – nem os publicitários, nem os jornalistas.

    Mas tem gente que quer que assim pareçamos, para tolher a nossa liberdade, a nossa livre expressão publicitária ou jornalística.

    E estão forçando a barra, primeiro, na publicidade, como frisei, com muitos projetos e ações para cercear e proibir a libre expressão do pensamento publicitário, para produtos legalmente produzidos e comercializados no país.

    Isso é um abuso.
    E a Imprensa apoiar os ataques à publicidade é falta de conhecimento ou hipocrisia.

    Esse é o meu ponto de vista.

    JJ

    JJ

  9. nanigois

    grande abraço jj,continue assim defendendo seu ponto de vista ,ai teremos uma sociedadde mais justa .não ficando calado e so esperando o melhor.felicidades nani gois

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