Do jeito que veio, vai:

Os deputados Gustavo Fruet (PR) e Vanderlei Macris (SP), ambos do PSDB, vão pedir a prorrogação da CPI das Escutas Telefônicas, para apurar novas informações sobre o esquema de espionagem comandado pelo delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, destalhado na edição da revista Veja que começou a circular neste sábado. Os parlamentares querem reconvocar para depor o próprio Protógenes, além do chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix, e do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda.

“As revelações são graves e não é concebível que a CPI seja dada por encerrada sem esclarecer os fatos”, afirma Fruet. De acordo com a reportagem da Veja – baseada em documentação do inquérito que apura eventuais abusos de Protógenes na condução da Operação Satiagraha – , o delegado acumulou, de forma ilegal, um conjunto de informações “que levantam suspeitas graves sobre as atividades de ministros do governo, fotos comprometedoras que foram usadas para intimidar autoridades e gravações ilegais de conversas de jornalista”. São, segundo a revista,  63 fotografias, 932 arquivos de áudio, 26 arquivos de vídeo e 439 documentos em texto. Esse material , armazenado num computador portátil e num pendrive, foi apreendido em novembro passado pela PF  no apartamento de Protógenes no Rio de Janeiro.

O deputado Gustavo Fruet lembra que, apesar da insistência da oposição, o relatório final da CPI das Escutas – apresentado esta semana pelo deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) –  não inclui informações sobre o andamento dos inquéritos sobre a Satigraha e sobre os vazamentos de informações relativos e esta e outras operações da PF. Fruet diz que sequer foi informado de que os documentos que serviram de base à reportagem de Veja chegaram à CPI – conforme informou à revista o presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). “Ainda esta semana reforcei o pedido em relação a esses documentos. Agora ficamos sabendo pela revista que eles chegaram à CPI na semana passada”, diz Fruet.