17:25Walter Silva, o Pica-Pau, adeus

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Walter Silva

Da jornalista Celina Silva:

Comunico a todos o falecimento de meu querido pai Walter Silva, conhecido no Brasil inteiro como Pica-Pau. Um homem bom, dedicado ao amor, aos filhos, à mulher, à música. À boa música brasileira. Foi ele o responsável pela divulgação, produção de shows e discos de artistas como Elis Regina, João Gilberto, Chico Buarque, Maysa. Entre tantos outros. Seu trabalho é reconhecido pelos mais humildes, somente pelos mais humildes, e somente por isto é, com muita certeza agora, reconhecido por Deus, pela Luz que nos ilumina. Desejo a todos que o tocaram para fora de seus quadros funcionais, a todos que o sacanearam, a todos que não tiveram a coragem e a grandeza de dar a ele o sossego e a paz tão merecidos que aprendam a conviver, que aprendam a amar, que aprendam principalmente a respeitar quem tem competência. Desencarnou às 12h05 de hoje, sexta-feira, dia 27 de fevereiro de 2009. Mesmo dia do aniversário de sua avó Mariana, que o criou e tanto o amou. Junta-se ele agora a Elis e a Tom Jobim, levado por ele ao Carnegie Hall para mostrar aos Sinatras do mundo que a melhor música do planeta se faz aqui nesta terra. E que ele, por obra e graça divinas, por puro talento, aprendeu a conhecer profundamente e a divulgá-la com maestria e competência única no programa de maior audiência que a rádio brasileira já teve: o Pick-Up do Pica-Pau.
Está lá no Céu agora, acima dos aviões, dos condores, das crenças e dos preconceitos. Nos braços da Paz. No colinho de Deus.
 
Celina Marya Pereza da Silva, filha de Walter Silva, irmã de Waltinho, Carlos Eduardo e Rodrigo, marido de Déa.

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14 ideias sobre “Walter Silva, o Pica-Pau, adeus

  1. Miro Ferreira (Lemiro J. Ferreira Neto)

    Grande tio!
    Como sou ainda com muita honra radialista, posso dizer que o respeito, e carinho como todos que eu conheço no ramo tratam o nome Walter Silva.
    Deixo aqui um sonho que não será realizado – o de ter trabalhado com ele. Sonhador e batalhador da boa musica, além de ter sempre como meta uma rádio melhor e bem ouvida. Foi ele mesmo quem abalou as ondas radiofônicas, quando no dia do radialista pediu pra produção ligar em todas as emissoras – uma-a-uma – e desejar feliz dia do rádio. Esse gesto foi O MARCO, como tambem uma patente que acabava de ser oficializada do fiel escudeiro que sempre foi.

    Finalizo minha homenagem deixando o final de “O bêbado e o equilibrista”:
    “…SABE QUE O SHOW DE TODO O ARTISTA, DEVE CONTINUAR….”.
    A benção, Tio, e que está agora no andar de cima, como mais uma estrela a brilhar.

  2. Angelo E. Agarelli

    Há cerca de cinco anos, nós da equipe do site Portal da Mooca, tentávamos localizar o Walter Silva para uma entrevista. Por coincidência, recebi a visita de um corretor de imóveis; falamos a respeito do site, das personalidades nascidas na Mooca, tendo eu lhe dito que queríamos entrevistar o famoso “Pica Pau, a quem eu admirava desde os meus tempos de criança, quando o corretor revelou ser seu primo.
    No dia seguinte, logo cedo, com grande e grata surpresa recebi um telefonema do Walter : – – Meu primo me disse que você quer me entrevistar
    – Quero sim, para falar a seu respeito no site Portal da Mooca
    – Se é da Mooca tem minha prioridade. Quando você quer ?
    – Quando você puder.
    – Amanhã, às 9:30 hs em minha casa.
    Nove e trinta lá estava eu, gentilmente recebido pelo “Pica Pau” e por sua amável esposa Déa. O que eu imaginava ser uma rápida entrevista durou o dia inteiro, com direito a almoço e ao agradável fundo musical das dezenas de raridades de seu acervo.
    Por várias vezes tivemos que dar uma parada para o Walter se recompor da emoção ao relatar fatos de sua vida na Mooca, que o faziam chegar às incontidas lagrimas.
    Posso afirmar com segurança, que esse foi um dos dias mais memoráveis dias de minha vida, fazendo que, simples admirador do radialista “Pica Pau,”passasse a ser também um admirador maior ainda do ser humano Walter Silva e daí para a frente também seu amigo.
    Walter : espero continuar a entrevista lá em cima. Me aguarde.

  3. zebeto

    Caro Angelo Agarelli, muito bonita sua história. Falei uma vez só com o Walter Silva, por telefone, passado pela Celina, que conheci aqui em Curitiba na CNT, mulher do Marcio Varella, o homem a quem chamei para me levar para a clínica de recuperação de dependentes químicos – isso há quase 15 anos. O Pica-Pau sempre foi meu ídolo, porque eu ouvi muito seu programa e sempre soube da sua importância para a Música Popular Brasileira. Ele me atendeu desse jeito que você descreveu, mesmo eu me apresentando como “macaco de auditório”. Agora você me revela que ele e você são da Moóca, onde morei antes de vir para Curitiba há 31 anos. Para sua informação, sou da Vila Alpina, logo ali, depois da Vila Prudente e Vila Zelina. Era só para contar que compatilho com vocês todos minha tristeza pela partida do grande Pica-Pau e também porque sempre serei vizinho. Abraço. Saúde.

  4. Isaura de Oliveira

    Caro Walter Silva.
    Aprendi a gostar da boa música brasileira, através dos seus programas de rádio. Com eles vieram as influências musicais como: ELIS REGINA, principalmente que sou fã até hoje, tenho todos CD’s de ELIS e os discos vinil também, principalmente a coleção ”dois na bossa” produzidos pelo Walter. Gostaria de deixar aqui a minha gratidão pelo seu lindo trabalho que sempre valorizou a MPB. Um abraço aí onde vc está……..Com Deus.

  5. Clara P. Silva

    Hoje passei a manha lendo noticias sobre a morte de Walter Silva. Como moro nos Estados Unidos (e perdoem por isso a falta de acentos e cedilhas), achei que a melhor homenagem que poderia fazer seria saber o que todo mundo pensava sobre o grande homem que foi meu avo. Sim, com todo o orgulho do mundo, sou filha da Celina e do Marcio e primeira neta do meu “Vovo Ter”.

    Cresci sabendo que meu avo era “importante”. Volta e meia via seu nome ser mencionado, uma aparicao aqui e ali na tv, a publicacao deu seu livro, fotos de gente famosa nos albuns da familia… Mas acho que nunca entendi a dimensao dessa importancia. Para nos, os netos, a imagem que sempre carregamos dele era a do vovo que acordava cedinho para ler jornais, passava um tempao ouvindo musica e lendo no seu escritorio onde discos, livros e posteres de shows que produziu dividiam o espaco com fotos nossas e desenhos que fizemos para ele. O vovo e seu vozerao unico, com quem passavamos natais inesqueciveis, almocavamos aos domingos e assistiamos jogos do nosso Timao.

    Hoje conheci meu avo. Conheci o lado que nao pude ver ao longo dos anos pois nasci ja imersa no “lado familia”. E hoje, como numa pintura impressionista, estando longe posso ver com maior clareza como e porque a contribuicao do meu avo para a musica brasileira foi tremenda. Ao ler materias sobre as origens, o inicio da carreira e os feitos dele, e comentarios de completos estranhos cujas vidas foram marcadas de alguma forma por ele, sinto-me incrivelmente honrada por ter conhecido, ainda que tarde, os dois lados da vida de Walter Silva.

    Clara
    Westby, Wisconsin – EUA

  6. Clara P. Silva

    E ja que o Ze Beto mencionou meus pais, aproveito a onda para expressar minha gratidao e admiracao pela minha linhagem.

    Minha mae, meu pai e meus “velhinhos”, como carinhosamente me refiro aos meus avos e tio-avos, definitivamente fazem parte de quem sou hoje e a eles sou eternamente grata por seus ensinamentos.

    Sempre enchi a boca para falar dos meus pais, minha infindavel fonte de inspiracao, afeto e motivacao, meu porto seguro e a quem devo nao somente a vida, mas tambem valores como honestidade, humildade, perseveranca e solidariedade que incorporei a minha.

    Acredito que assim como eu, meus pais foram tambem, de uma forma ou outra, influenciados pelos seus pais.
    Apesar de ser a “ovelha nao-jornalista” da familia, cresci com fome de conhecimento, apreco pela verdade e paixao pela comunicacao. Brinco com isso, mas nao me surpreenderia se um dia cientistas encontrassem o gene “inclinacao ao jornalismo” no dna da nossa familia… 🙂

    Obrigada mae, pai, meus velhinhos. Obrigada gene ainda nao identificado.

    Clara P. Silva

  7. Clara P. Silva

    E ja que o Ze Beto mencionou meus pais, aproveito a onda para expressar minha gratidao e admiracao pela minha linhagem.

    Minha mae, meu pai e meus “velhinhos”, como carinhosamente me refiro aos meus avos e tio-avos, definitivamente fazem parte de quem sou hoje e a eles sou eternamente grata por seus ensinamentos.

    Sempre enchi a boca para falar dos meus pais, minha infindavel fonte de inspiracao, afeto e motivacao, meu porto seguro e a quem devo nao somente a vida, mas tambem valores como honestidade, humildade, perseveranca e solidariedade que incorporei a minha.

    Acredito que assim como eu, meus pais foram tambem, de uma forma ou outra, influenciados pelos seus pais.
    Apesar de ser a “ovelha nao-jornalista” da familia, cresci com fome de conhecimento, apreco pela verdade e paixao pela comunicacao. Brinco com isso, mas nao me surpreenderia se um dia cientistas encontrassem o gene “inclinacao ao jornalismo” no dna da nossa familia…

  8. Marcio Varella

    Zé Beto, obrigado pelo espaço dedicado ao meu sogro. E pela lembrança dos 15 anos de sobriedade seus e 20 meus. Bonita a sua homenagem. Li chorando o texto da minha filha Clara e agora sei, Zezão, que a minha sobriedade tem muito a ver com a honradez da minha família. Não foi por acaso que pousei em São Paulo para amar a Celina e os parentes dela que agora são meus. Espelhei-me em seus gestos e no comportamento digno e decente do Walter Silva, jornalista que defendeu a Verdade até a morte. Graças a Deus ele deixou uma lição para nós todos jornalistas, lição difícil de aprender, mas completamente necessária. Que é esta: nós jamais conseguiremos amar alguém se não formos verdadeiros e decentes em relação à nossa profissão. Walter jamais se vendeu, jamais ganhou comissão para dizer isto ou aquilo. Por isto morreu sem bens materiais mas com um dote espiritual imenso, que está lhe dando luz e mais sabedoria ainda neste momento. Não dá pra se vender lá fora e chegar em casa e olhar nos olhos da mulher e dos filhos e dizer que os ama. Graças a Deus meus filhos todos – Clara, Natasha, Ninna, Gabriel e Clara – lutam pela Verdade e se comportam com dignidade e honradez. Por falar nisto, minha filha Clara, que não e jornalista, escreve melhor que todos nós, jornalistas. Beijos, Zezão.

  9. Gilberto Fontoura

    Pica-Pau foi reporter de rádio e um dos primeiros disc-jockeys do rádio brasileiro. O pick up do Pica Pau dava tremendo Ibope na Bandeirantes , nos anos 60. E foi ele quem primeiro tocou no rádio o “Chega de Saudaudade” com João Gilberto . Um dia recebeu em seu programa uma cantora muito jovem que acabava de chegar do Sul, Elis Regina. O Valter Silva soltou o grito de guerra que impulsionou e projetou o fututuro de Elis: “aqui está a menina que será logo,logo, a maior cantora do Brasil. Depois do ducesspo no rádio vieram os shows universitários e o maior deles “2 Na Bossa com Jair e Elis”. Produção, marketing,panfletário, secretário, contra regra, tudo ele, tudo mesmo:p senhor Valter Silva. Silêncio, respeito muito respoeito. O cemitério tá cheio dos bons…mais os genios pulam os muros e estão por aí…..graças a Deus….
    Gilberto Fontoura.

  10. regina pessel

    Meus profundos sentimentos a familia do Walter.
    Confesso que devo a ele e ao nosso inesquecível amigo Kalil Filho a cultura musical que tenho. Comecei a ouví-los aos 15 anos de idade, e com eles aprendi a apreciar a boa musica brasileira e internacional, além dos demais ensinamentos, como visão política, teatro, cultura e leitura imprescidíveis para uma boa formação.
    Desejo sinceramente que Deus traga lenitivo a dor da perda a família do Walter, e que ele, por sua vez esteja muito feliz de reencontrar a nossa grande paixão musical Elis Regina.
    Abraço afetuoso,
    Regina Pessel

  11. Regina Silva

    Que pena, tio, que fiquei sabendo apenas hoje de sua partida. Pena que não pudemos nos conhecer mais e muito mais pena ainda pelas estórias que eu queria que o senhor me contasse. Seria uma honra ter conhecido mais sobre seu passado. Alguma coisa me recordo. Outras coisas, meu pai me contava. Agora não saberei mais. Pena mesmo. Um beijo aos primos e tia Dea.

  12. José Roberto C. Rodrigues

    A letra da música que era o prefixo do seu programa na PRH9, Rádio Bandeirantes de São Paulo era assim:
    O maior musical do ano, matinal, exclusivo pra você, O Pick-Up do Pica Pau. ( aí entrava a risada do Pica Pau do desenho animado.

    Fui seu assíduo ouvinte na minha adolescencia e seu profundo admirador.
    Anos depois tive o prazer de conhece-lo pessoalmente, quando ambos trabalhavamos na TV Paulista Canal 5 ( Globo), onde eu fui sonoplasta.

    Com certeza deve estar tendo um show no céu, produzido pelo Walter.

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