por JamurJr.
O Diário do Comercio de Paranaguá, jornal mais antigo do Paraná, ainda em circulação, testemunhou e fez parte da história da primeira cidade do Estado. Fundado por Miguel Anastácio, foi durante muitos anos o mais importante veículo de comunicação da cidade, atuando com grande destaque na criação e cobertura de eventos que marcaram a vida dos parnanguaras. Certa ocasião o jornal decidiu promover uma eleição para Rei Momo. Esse cargo vinha há muito tempo sendo ocupado por Cornetinha, uma figura popular cheia de mistérios e muita querida na cidade. Apesar da simpatia que gozava na comunidade, Cornetinha estava muito longe de reunir as características básicas para exercer o curto mandato do rei do carnaval. Magro, com cara de desanimado (apesar de ser um grande gozador), elegante no vestir e um poço de segredos. Com corpinho de bailarino espanhol, Cornetinha estava fora de forma para o exercício do reinado da folia, como sempre esteve. Mesmo assim, era o Rei Momo da cidade comandando a folia. O eleito pelo jornal foi um sujeito que reunia as características exigidas pelos organizadores do concurso, baseados na tradição de sua majestade: gordo, muito gordo, e alegre. Cornetinha, que vinha sendo eleito num sistema de eleição indireta feita num grupo restrito de amigos e admirados, não gostou da idéia de ter um concorrente. No domingo de carnaval, o Rei Momo eleito desfilava pelas ruas centrais da cidade em carro conversível, ladeado por duas princesas muito bonitas. Em determinada rua cruzaram com o Rei Momo peso pena. Cornetinha, montou seu próprio séquito, numa camionete que exibia uma grande faixa: Rei Momo, Primeiro e Único.
Parabens ao JamurJr, como sempre um texto com humor e com o registro , quase histórico, da vida na antiga e querida Paranaguá.
Valeu a publicação Zé Beto