Lembram-se da muvuca sobre os gastos com cartões corporativos? Lá em Brasília pelo menos caiu a ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Social, e, pelo que se informa agora, houve uma redução de gastos de R$ 76,2 milhões em 2007 para R$ 63,1 milhões no ano passado. Aqui na província o governo do Estado dá um baile nos pedidos de informação da oposição na Assembléia. Uma das cenas mais patéticas de 2008 foi a montanha de papéis enviadas pela Casa Civil ao auditor do Tribunal de Contas requisitado para fazer um levantamento sobre os gastos. Não houve conclusão porque, apesar das milhares de folhas, faltaram dados. Foi feito um novo pedido de informações. Pelo andar da carruagem, quando chegarem, se chegarem, a turma que agora está no poder estará em férias definitivas no litoral, pagando as contas com os cartões de crédito próprios.
Na República do Paralá tudo fica no discurso ou nos entraves de parte a parte. As ditas autoridades de controle público em escabroso compadrio não tem condições de apurar nadinha. Acertou na mosca o deputado Fruet: “nada é apurado, ninguém é punido”. Será que o poder é outorgado pela sociedade para estas encenações, inobstante a seriedade de alguns poucos em querer esclarecer fatos de interesse público. Mas não conseguem. E a sociedade, através de organizações ou pessoas ímprobas e irresignadas, nada cobra, est´´a tomada pela anomia letárgica imperante. Resigna-se a pagar contas. E os detentores do poder sabem disso, contam com isso, e até abusam. Porque não ?