Do site Meio & Mensagem, em reportagem de Bárbara Sacchitiello (ler ao final o comentário de João José Werbitzki, o JJ):
Os jornais brasileiros encerraram o ano de 2008 com uma circulação 5% maior daquela registrada em 2007. Os dados foram retirados do consolidado anual divulgado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), entidade que audita a tiragem, distribuição e circulação das publicações a ele filiadas. No último ano, a circulação média paga de todos os jornais do País alcançou a marca dos 4.351.400 milhões de exemplares por dia, número 5% maior do que a circulação registrada no ano de 2007, de 4.144.149 milhões de exemplares diários. O mês de maior força do meio jornal foi o de abril de 2008, quando a circulação bateu a casa dos 4.469.054 milhões de exemplares diários. A menor taxa de circulação diária foi registrada no último mês de dezembro, quando os jornais alcançaram o patamar médio de 4.217.909 milhões de exemplares pagos diariamente.
Embora tenha conseguido encerrar o exercício com um crescimento, a variação da circulação de 2008 (5%) foi bem menos expressiva do que a computada em 2007, quando a circulação média dos jornais do Brasil aumentou 11,8% em relação ao índice verificado em 2006.
A variação de circulação de jornais no País ainda é maior do que os dados relativos ao crescimento global do meio jornal. De acordo com dados da World Association of Newspapers (WAN), a circulação média de jornais em todo o planeta no ano de 2007 cresceu apenas 2,7% em relação à taxa registrada em 2006.
Títulos nacionais
De acordo com os dados do IVC referentes ao último mês de dezembro, o ranking dos títulos nacionais – em termos de circulação – ficou da seguinte forma:
1º- Folha de S.Paulo (SP) – 299.427 mil exemplares/dia
2º- O Globo (RJ) – 293.287 mil exemplares/dia
3º- Super Notícia (MG) – 282.213 mil exemplares/dia
4º- Meia Hora (RJ) – 234.253 mil exemplares/dia
5º- Extra (RJ) – 221.911 mil exemplares/dia
6º- O Estado de S.Paulo (SP) – 220.032 mil exemplares/dia
7º- Zero Hora (RS) – 187.220 mil exemplares/dia
8º- Diário Gaúcho (RS) – 167.125 mil exemplares/dia
9º- Correio do Povo (RS) – 157.543 mil exemplares/dia
10º-Lance (RJ) – 121.820 mil exemplares/dia
Comentário:
Estas informações contradizem o que muito se tem divulgado sobre o avanço da internet sobre a mídia jornal no nosso País. Creio que são dados que merecem melhor reflexão. Afinal, o sucesso da veiculação em jornal não depende só da veiculação, como da qualidade e pertinência da mensagem criada e veiculada.
JJ
Nossa, em que lugar ficaria a Gazeta do povo, com 35 mil exemplares por dia? Que vergonha.
Mas os gaúchos estão dando um show, com Zero Hora, Diário Gaúcho e Correio do povo, todos com mais de 150 mil exemplares pagos por dia.
Será que é a qualidade que vende mais?
Ou a falta de qualidade que faz vender menos?
Algumas observações. A circulação de jornais cresce não somente porque as pessoas estão comprando mais jornal e lendo mais. Cresce porque muitos veículos utilizam artifícios “anabolizantes”. Vender assinatura oferecendo mil tipos de brindes para alavancar a circulação significa, tristemente, que não se está vendendo o jornal, produto, e sim o jornal agregado a outro produto que interessa ao consumidor. Outro jeito de fazer a circulação crescer é oferecer assinaturas em parcerias com empresas do mesmo grupo ou aliadas. Exemplo, a pessoa compra carro em tal concessionária e leva de brinde seis meses de assnatura, abastece o carro em tal rede de postos e ganha três meses, e assim por diante.
Outro ponto que vale ressaltar é que o crescimento é comparado ao ano anterior, que já havia sido ruim. Ou seja – percentualmente cresce, mas em termos macro, na últma década a circulação de jornais impressos vem caindo.
Estatísticas, números e percentuais devem SEMPRE ser lidos com toda cautela e examinados sob diferentes óticas. Como dizia um grande jornalista e meu professor/mentor na prática do dia a dia da redação: números, quando bem torturados, dizem o que você quiser que eles digam. Muito cuidado para não engolir com farinha as estatísticas que são enviadas para as redações e entregues para os jornalistas.
Seria interessante comparar tbem com o crescimento da web no Brasil e no mundo, tanto em termos de anúncios, participação no bolo de verbas publicitárias, interesse dos anunciantes, quanto em tempo de navegação média, número de habitantes que têm acesso diário a internet, hábito dos internautas (tempo entre redes sociais, jogos, portais de notícias e outros).
Um triste comentário para nós paranaenses. Realmente estamos entre os que menos lêem no Sul/Sudeste. Os gaúchos dão de dez em nós em leitura de jornais.
Por fim, a constatação. Os melhores – Folha de SP e O Globo – na frente, e logo depois, grande leva de populares – jornais baratos para a população que anda de ônibus. Alguns desses populares são bons, mas outros mal podem ser chamados de jornais, pois quase não apresentam conteúdo jornalístico. São impressos de serviços para a população, com listas, telefones, notas, orientações, muita foto de gent famosa, fofoca, e uma ou outra notícia propriamente dita.
A pesquisa endossa o dito que o brasileiro tem que pegar na mercadoria para comprá-la. A mídia virtual é válida, claro, mas nada como folhear as páginas. Mas e o Paraná? Nem traço?
Só penso nos interesses do IVC. Sem jornais de papel circulando, ou com suas tiragens caindo, para que servirá o IVC?
No Japão, só o Asahi Shimbum vende 13 milhões/dia.
cadê a gazeta do povo e seus 35 mil exemplares/dia?
No Brasil, 5 em cada 100 brasileiros leem jornais todos os dias.
No Japão, 65 em cada 100 japoneses leem jornais todos os dias e eles leem dois jornais: um matunino e um vespertino.
JJ