por Osman Gadoso

Libra

A grande revolução não é de fora para dentro. Nunca. A grande revolução é permanente aí dentro. Da alma, do espírito, da mente, da cachola. Recebemos uma carga tão grande e, na maioria das vezes, inútil de informações, que, na maioria das vezes, nos perdemos. O perigo é não se encontrar mais e não conseguir arrancar viseiras, acreditando que uma baboseira bem dita poderá salvar o mundo, a humanidade, essas coisas. E o que é o mundo? O mundo é você e a revolução também. Atira-se na cara de alguém que é outro mundo na justificativa de se mudar alguma coisa, para o bem comum, pela “justiça”, pela igualdade. E quem faz isso? Reparem bem. No espelho. Jogamos fora a luta interna, difícil, para assumir guerras de alguém que não conseguiu olhar o espelho e se ver dentro. Normalmente desvairados, aloprados que sabem tudo, menos a essência, o tentar ser humano. Para percorrer a trilha fica mais fácil abraçar causas coletivas, que no fundo é como ter dó do outro, como se a gente fosse superior a não se sabe o quê, como se a gente soubesse algo a mais, como se a gente fosse privilegiado de ouvir. Quem mesmo? Nunca a gente mesmo. Porque é difícil, é martirizante, mas não é impossível. Não podemos ensinar o caminho, porque o caminho é desconhecido e foi feito para ser trilhado. Cada um o faz à sua maneira. Inclusive dizendo amém e não se olhando.