17:45Barão do Serro Azul, herói da pátria

Do jeito que veio:

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou, no início desta semana, a Lei 11.863, que inscreve o Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. O Livro dos Heróis da Pátria reúne biografias de figuras ilustres que, de alguma forma, destacaram-se pelo seu nacionalismo. A proposta, do senador Osmar Dias (PDT-PR), era uma antiga reivindicação da Associação Comercial do Paraná (ACP), que foi fundada pelo Barão. “Ele foi comerciante, que se consagrou como um dos maiores exportadores de erva-mate de nosso Estado, um agente do desenvolvimento do Paraná e, efetivamente, um dos nossos heróis por sua atuação durante a Revolução Federalista. Ele sempre mereceu este reconhecimento. Estamos muito felizes por esta atitude do Presidente Lula, assim como pela atuação do senador Osmar Dias e do deputado Ricardo Barros, que foi o relator da Lei”, disse a presidente da ACP, Avani Slomp Rodrigues.

     A presidente da ACP informou que solicitou à Presidência da República uma audiência com Lula, a quem entregará a Comenda Barão do Serro Azul, a maior honraria concedida pela entidade. “Será uma homenagem dos paranaenses a quem reconheceu o valor deste paranaense que o Brasil há de conhecer melhor. É o resgate de uma parte importante de nossa História, inclusive da coragem do empreendedor desta terra”. Avani lembrou que os brasileiros poderão conhecer melhor esta História a partir de março quando serão distribuídas cinco mil cópias de DVD do filme “O Preço do Paz”. Para isto, foi assinado um convênio entre a ACP, a Fecomercio, a Junta Comercial, a Secretaria Estadual de Cultura, além de o produtor do filme, Maurício Appel.

      Atuando no ramo de importação e exportação, Correia foi o primeiro empresário a ter uma firma registrada na Junta Comercial do Paraná. Esta história começa em Paranaguá, onde nasceu em 1849. Nesta cidade, ele inicia suas atividades empresariais, transferidas depois para Curitiba, onde instalou a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento da indústria da erva-mate e do café. Também contribuiu para a modernização da cidade, fundando a imprensa paranaense. Em 1881, recebeu a comenda da Ordem da Rosa, em virtude de sua atuação pública e, sete anos depois, recebeu o título de Barão do Serro Azul.

     No final do século XIX, durante a Revolução Federalista, um grupo de revolucionários gaúchos, os maragatos, inconformados com a posse de Floriano Peixoto, seguiram para o Rio de Janeiro, na tentativa de derrubar o presidente. Eles saíram do Rio Grande do Sul, avançaram sobre Santa Catarina e chegariam à capital paranaense. O Barão do Serro Azul, antes disto, reuniu empresários e, à frente de uma Junta Governativa do Comércio, negociou com os maragatos para que não passassem e, como faziam em outras cidades, não destruíssem Curitiba. Para isso, concedeu empréstimo de guerra aos revoltosos. Foi considerado traidor pelo governo de Floriano Peixoto e assassinado na Serra do Mar, em maio de 1894.
 

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2 ideias sobre “Barão do Serro Azul, herói da pátria

  1. Jeremias, o bom

    Nada contra o Barão ser considerado herói, só acho contraditório que a cidade que o cultua mantenha uma de suas principais ruas com o nome de Vicente Machado, o seu algoz.

  2. Atento

    É isso aí Jeremias e acrescento: Por que o Vicente Machado não ficou na cidade para defendê-la quando as forças gaúchas à invadiram? Por que aqui deixou somente idosos, mulheres e crianças sob o pretetxto de ir ao Rio de Janeiro atrás de apoios? Realmente não dá para entender. Isso sem falar no “Alemão” responsavel pela construção da Catedral que foi decapitado. É, a história é fogo. Volta e meia ressurge das cinzas em direção à verdade.

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