11:14Perguntar não ofende

Carnelutti acordou inspirado – e irado. Mandou outra:

Pergunta que grita: por que a imprensa canalha ainda não foi ouvir a Positivo Informática sobre a falência do projeto do computador a US$ 100,00 idealizado pelo mago do MIT Nicholas Negroponte e que, no Brasil, está para morrer na casca? A imprensa nacional deu que a Positivo, detentora do melhor preço, queria algo como US$ 360 (número obtido pelo jornalista Elio Gaspari). Por que tão caro, se é laptop 1.0, simples assim, mas bom o bastante para mudar a educação no Brasil? O Grupo Positivo e a Positivo Informática têm site na internet e telefone na lista. O presidente da Positivo
Informática atende pelo nome de Hélio Rotenberg. O que há? Medo do grande anunciante? A imprensa tem sua missão social, mas não a cumpre. Requião, o doidão, às vezes tem razão.

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Uma ideia sobre “Perguntar não ofende

  1. JJ

    A uníca diferença a ser observada é a de que a Positivo é uma empresa privada – que, em tese, não tem a obrigação de dar satisfações pela Imprensa, só aos seus acionistas.

    Já as empresas públicas têm a obrigação de prestar contas ao público – que é quem paga impostos e sustenta os 3 Poderes
    (infelizmente, de maioria imcompetente). E deveria fazer isso de forma informativa, ao invés de promocional.

    JJ

  2. Lara

    Desta vez eu discordo de tudo que foi escrito. De trás pra frente, primeiro que a Positivo deve sim, como todas as empresas devem, satisfações a opinião pública. Tanto sabe disso que investe, muito, e quase sempre bem, em sua imagem, o grupo todo!

    E a imprensa estaria fazendo um enorme FAVOR se fosse ouvir a Positivo sobre o porquê deste valor. O que eu estranho não é a imprensa não ir perguntar (afinal são grandes anunciantes!) para quem neste história pelo jeito vai sair perdendo (a idéia e o projeto NAO são da Positivo, a empresa estava atendendo ou tentando atender a uma demanda do cliente Governo) já que tudo indica que o projeto não vai sair.

    O que eu estranho é a própria Positivo não se manifestar a respeito, isso sim é esquisito, pois motivos, capacidade, ferramentas, canais etc ela tem.

    Pra encerrar, não sei se acho tão ruim assim o projeto não se viabilizar. Tenho dúvidas da necessidade deste investimento, com tantas prioridades abandonadas na educação.

  3. JJ

    Permita-se discordar, Lara.
    As empresas privadas não tem a obrigação de atender á Imprensa, a respeito das suas políticas de preços, matérias-primas, tecnologia e lucros. Muitos destes assuntos são sigilo empresarial, necessário para vencer a concorrência num mercado cada vez mais competitivo.
    No entanto, se uma empresa desejar, pode ser mais ou menos transparente em assuntos relativos à sua administração.
    Evidentemente que eventos que provoquem problemas para a comunidade, como ambientais, por exemplo, merecem todos os esclarecimentos possíveis.
    A política de comunicação de uma empresa privada varia, de empresa para empresa, mas nenhuma abre seus custos, preços e margens de lucro para o mercado. Nem seus projetos tecnológicos. Seria suicídio.
    A Imprensa pode ou não abordar o assunto que desejar.
    A Empresa privada pode ou não responder. É um direito da Empresa e dos seus controladores.
    Em casos de grave prejuízo ao consumidor, há instrumentos legais para esclarecer e resolver qualquer problema. E este, dos computadores populares não viabilizados, com certeza, não é um crime contra o consumidor.
    Pode, no máximo, ser um equívoco de projeção de futuro, do Negroponte e da Positivo – como foi a bolha das empresas pontocom, há alguns anos.
    O mercado pune quem erra, quem mente, quem trapaceia – muito mais do que uma notícia no jornal, pode ter certeza.
    Todos nós, como pessoas e empresários, temos direito à nossa privacidade. E a liberar ou não informações para a Imprensa.
    Já as pessoas que trabalham em empresas e órgãos públicos tem a obrigação de prestar esclarecimentos, sempre que desejados. E é aí quem temos as maiores dificuldades, em nosso país.

    JJ

  4. André Rodrigues

    Opinião:
    Empresas privadas, seja qual for, têm obrigação sim de prestar esclarecimento ao público, caso solicitado. Já que este é seu alvo. Por trás de todo papo farofa de ética, educação, informação, estão os números e cifrões – sem os mesmos, não sobreviveriam. Portanto, é direito do público em geral tomar conhecimento dos fatos, de qualquer produto ou serviço, sendo que há interesse de ambas às partes. Uma na intenção de venda e outra na intenção de compra. Independente do comprador, varejo, atacadista, governamental etc.
    A Positivo “mordeu” boa fatia do mercado tecnológico. Atualmente vem desbancando, principalmente o setor de notebooks – Eu mesmo possuo um. A marca se tornou referência e se popularizou. Logo, é clara a apreensão a cerca de seus produtos. Ainda mais se tratando de molhorias e parcerias no campo da educação. Não interessando conchavos ou lobbys. Isto é o que a coloca na posição de prestadora de contas, já que essa é a melhor maneira de uma empresa mostrar o quanto é limpa, clara, globalizada, atual e preocupada com ambos os interesses. Diferente até mesmo do exemplo estatal.
    No entanto, a obrigação maior fica aos profissionais levar à máxima da Comunicação – informar. Buscar e esclarecer o assunto, como dito: de interesse público. Que isso seja feito mesmo diante da pressão de “patrões” e do acordo de “companheiro” dos grandes veículos. Pelo menos é o que falam lá na faculdade!

  5. sun tsao

    Ninguém é obrigado a atender o Imprensa, no vida privada.
    Por isso ela se chama vida privada, no? Já no vida pública…
    Mesmo que seja obrigaçon, no explicam se no querem. Assim é no China, assim é na Brasil.

  6. João José

    Desculpem, mas como jornalista também achei – no passado – que todo mundo me devia satisfações. Não é bem assim, não. Não mesmo.

    As pessoas e as empresas têm o direito de dar ou de não dar entrevistas. Como já escrevi, em alguns casos, quando há danos à comunidade, geralmente convém explicar os fatos.
    Porém, como ensinam as Leis da Opinião Pública, de Hardley Cantrill, quando a audiência é amigável a postura pode ser uma, quando é hostil deve ser outra.

    Quem estuda ou trabalha com Relações Públicas sabe disso e aprendeu a lidar com a informação, de acordo com os interesses da empresa em primeiro lugar e do público em segundo lugar. Sei que vão me criticar por estas afirmações, mas é assim que a vida é, nas empresas.

    Muitas vezes, o silêncio é o melhor remédio. Noutras, expor todos os ângulos de um fato é mais eficaz. Há empresas mais abertas e mais fechadas, depende da personalidade do empresário, da política de RP ou de Marketing, dos objetivos, das limitações e dos planos de cada empresa.

    Nós, jornalistas, é que achamos que todos nos devem dar satisfações. Mas eles (os empresários e fontes de informação) nem sempre querem fazer isso, ou estão disponíveis).

    Trabalhei já 35 anos, como jornalista, relações públicas e publicitário. Estive em todos os lados do balcão. E só assim aprendi que há vários ângulos neste caso de atendimento à Imprensa e ao público. E que cada caso é um caso.

    No caso da Positivo Informática, penso que eles não tem obrigação alguma de se pronunciar sobre o que não deu certo e que estão fazendo um trabalho sensacional de marketing. Tanto que vendem o que vendem.

    Não tenho nenhum produto deles, mas não vi, em lugar algum, alguém reclamando da eficiência dos hardwares deles (das máquinas). Só ouço elogios, dos consumidores e do trade (que vende as máquinas deles, PCs, notebooks, como água).

    Quanto à exposição da Positivo na mídia, nada mais é do que uma eficiente ação de RP e de Assessoria de Imprensa, baseada em informações úteis para o mercado.

    JJ

  7. João Pedro

    Muito blá-blá-blá e ninguém tocou no ponto fundamental: a Positivo Informática, assim como as demais integradoras da área, foram largamente beneficiadas com a redução de impostos pelo governo federal. O consumidor foi beneficiado? Claro. Mas as empresas também, já que o seu custo de produção caiu drasticamente. O que deve ser explicado é porque notebooks na configuração apresentada pela Positivo estão sendo oferecidos, por exemplo, por US$ 170 em programa de inclusão digital lançado pelo governo paraguaio. Por quê o preço é o dobro no Brasil?

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