5:58O Atlético e a Copa do Mundo

por João José Werzbitzki

Ninguém pode negar a importância de Mário Celso Petraglia na história recente do Clube Atlético Paranaense. É o líder que mudou nossa história, transformando um time de província (amado por nós, mas pequeno) em potência nacional.

No entanto, quando o assunto for Copa do Mundo (na Arena), penso que o nosso líder deve ser outro. Talvez o Fleury.

Explico: no último domingo, Petraglia quase pôs tudo a perder, na sua exposição inicial, no debate promovido no Canal 21, onde estavam o vice-governador (governador em exercício, parece), os secretários estadual e municipal de esportes, os deputados estadual e federal mais votados do Paraná e outros.

Foi agressivo demais. Talvez tenha até razões (provavelmente as têm), mas num momento em que é necessária a união de todos para trazer a Copa para Curitiba, ele agrediu tanto que praticamente colocou todos contra ele.

Até quem assistia em casa.

Não foi diplomático, como se esperaria de um líder, num movimento estratégico de busca e de desenvolvimento de alianças. Foi agressivo, rude e até grosseiro. Tocou em assuntos, como a corrupção na política, que jamais deveriam ter sido abordados naquele momento. Bateu duro na inoperância dos nossos governantes – com razões – , mas não era hora, nem o local. Quase pôs tudo a perder.

Felizmente, os políticos foram mais políticos e o mediador do Esporte Show também. Mas, mesmo assim, Petraglia deixou a pior das impressões entre torcedores de todos os times que assistiram ao debate. Não precisava.

Faltou potura de líder e de estadista.

Faltou até sentar direito naquela poltrona. Faltou assessoria, para não ficar fazendo cada de brabo ou de irônico. Faltou assessoria para a montagem do discurso para aquele momento. Faltou um vídeo mais profissional, menos passional, menos Atlético e mais Copa do Mundo em Cuitiba e na Arena…Irritou aos adversários, com certeza. Criou mais opiniões contra do que a favor.

O líder passou a imagem de um Atlético prepotente, quando deveria passar a de uma arena moderna e quase pronta para a Copa.

Faltou profissionalismo de comunicação, sobrou paixão, agresividade e prepotência.

A Copa não vem para Curitiba, só com a Arena do Atlético. Não vem, sem pesados investimentos municipais, estaduais e federais – e sem a força da política.

Não adianta, no site do CAP, amenizar – dizendo que as lideranças políticas vão se unir em prol da Copa em Cuitiba.

Isso não vai acontecer, se o Petraglia não mudar de postura, ou se – melhor – abdicar da posição de líder deste processo, cedendo espaço para um atleticano mais diplomata, como o Fleury, ou o Marcus Coelho, por exemplo.

Petraglia merece todos os nossos elogios, quase sempre. Mas, mais uma vez, pisou no tomate. Sabemos das suas razões e angústias, mas o momento não era o de bater. Era o de afagar e atrair alianças. Isso não se faz agredindo.

PS: O Atlético e o projeto da Copa do Mundo em Curitiba precisam do apoio total da Opinião Pública e isso não se consegue sem o apoio total da Imprensa. A Mídia é fundamental. Vital até. Por isso, as relações do Atlético com a Imprensa precisam ser revistas, imediatamente. Até quanto à transmissão do Campeonato Paranaense pela RPC, pois a Gazeta do Povo e as TVs da Globo no Paraná são essenciais neste processo todo. Menos confronto, mais parcerias e alianças. É tudo que precisamos, para obtermos sucesso neste projeto tão importante para todos. 

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Uma ideia sobre “O Atlético e a Copa do Mundo

  1. Dantas

    O desenvolvimento de um país não pode ser a justificativa para uma Copa do Mundo.

    A prioridade de um país só poderia ser uma copa do mundo quando este país não tivesse mais analfabetos.

  2. Johaben Mohabon

    Você acha que ele QUASE pôs tudo a perder???? Pois eu acho que se faltava alguma coisa para não acontecer a Copa aqui em Curitiba, esse fator era o Petraglia. Depois do vídeo de domingo, das declarações, do comportamento, está mais do que claro que não há sequer uma chance de reverter isso tudo. Sinceramente, ficaria até feliz que não viesse a ter jogos aqui, até porque depois de tudo, o MCP iria alardear para o mundo que a Copa ocorreu no seu estádio, e usaria de palavras para humilhar os demais co-irmãos. O que ele quer mesmo é concluir a Arena, usando a Copa como subterfúgio para se conseguir dinheiro e investimentos. E, num determinado momento do debate, quando ele disse que precisava achar culpados pelo fracasso da empreitada, não se deu conta de que fazia um mea culpa. Porque todos sabem que no final das contas, quem vai pagar o pato é ele mesmo, MÁRIO CELSO PETRAGLIA…

  3. Pingo no i

    Errado MCP não está. O Governo foi enganado pelo comunista de butique Gomide e o “melhor” (argh!) secretário de Educação do Brasil” e também 1º irmão do brucutu, que, aliados ao Severiano, Miranda e Gionedis, quiseram impor o tal do Pinheirão, apenas para “f….” com o projeto atleticano.
    Também é fato que a “crônica esportiva paranaense” (se é que ela existe) aproveita o momento para desancar MCP e criar um clima de guerra entre as torcidas.
    Tudo bem, MCP é antipático e fala com arrogância e prepotência, mas perder um evento do porte da Copa, por picuinhas ou boçalidade deste ou daquele é de uma burrice e estupidez sem tamanho. No fundo todos poderiam ganhar.

  4. Anjo da Guarda

    Ler esse tipo de crônica é enojante. Primeiro porque demonstra claramente quem está por trás disso tudo: Orlando Pessuti. E sabe o porquê? Sentiu-se humilhado por Petraglia simplesmente porque não era visto pelo colega atleticano como uma força capaz de sensibilizar Ricardo Teixeira.

    O que quis MCP foi exatamente o contrário do que disse JJ. O que quis MCP foi pedir, implorar que o Requião saia das cavernas e mostre que o Paraná tem interesse na Copa do Mundo. Petraglia disse várias e várias vezes no debate que precisava de um líder como Requião para trazer a Copa. Ou Requião teria que amargar sozinha a não vinda da Copa do Mundo.

    Sabe o que tem por trás disso tudo? É simples. Se a Copa não vier, o acordo assinado com o governo do Paraná de infra-estrutura e investimentos não precisará ser respeitado. Acordo que prevê investimentos de recursos que o Paraná, que não pensa a longo prazo, não tem. Aliás, o Paraná está quebrado.

    Fleury? Ah, que conversa mole. Ninguém suporta o bonequinho. Nem a torcida que grita nos jogos: Fleury, canalha, boneco do Petraglia.

    Quem tem que liderar isso tudo? Petraglia. Não tem outro. A não ser que Requião o faça -como pediu MCP, que disse que seria então o seu aliado (nessa luta, é claro!).

    Voltemos aos pingos nos is.

  5. Vasconcelos

    O conteúdo é bom, imagino que a re-entrada da CPI do timão no senado, proposta por Alvaro Dias, vai revoltar ainda mais o Ricardo Teixeira que definitivamente vai deixar o projeto exclusivista do atletico em sediar a copa do mundo na linha do escanteio…isso será ótimo!! quero ver o MCP terminar o estádio sem esse fomento.

    Bola pra frente Requião, fique fora disso!!!

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