10:022008

por Nelson Padrella 
 
    Não depende de nós a bomba e a peste
    Não somos personagens dessa história
    escrita em cifras e em códigos de guerra
    Nós somos os cordeiros dos deuses
    os que dizem sempre sim
    Pela nossa docilidade nos é cobrado um pouco de nossa carne,
    nosso sangue, nossa consciência
    Nós somos os cordeiros pacíficos
    os que fortalecem os deuses com balidos mágicos
    Não nos rebelamos, que o prêmio do nosso silêncio
    é nossa esperança cobrada em seu preço mais alto
    Não ousamos nos levantar contra nossos deuses
    – cordeiros pacíficos da morte – sou eu
 
    Tempo virá que o sono cubra todo o pensamento
    É preciso escrever a história enquanto dia
    enquanto existem todas as coisas do universo
 
    Todo sonho e vaidade jazem no jardim do eterno.

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