17:54Ministério Público tenta impedir violação de direitos humanos em desapropriação para construção da hidrelétrica de Mauá

 O Ministério Público Federal informa:

O Ministério Público Federal ajuízou, no dia 18 de dezembro, Ação Civil Pública, com pedido liminar, contra o Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e União. A ação visa impedir que o consórcio energético, responsável pelas obras da Usina Hidrelétrica de Mauá (UHE Mauá), proceda a qualquer abordagem aos proprietários/possuidores de imóveis abrangidos pela área de influência do empreendimento antes da concessão da licença de instalação (LI). De acordo com a resolução nº 237/1997, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), a LI é o que autoriza a instalação de um empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. A ação foi proposta devido à constatação de que o deslocamento compulsório de populações atingidas pela construção de barragens no País tem ocorrido de maneira precipitada, causando violações a direitos humanos dos atingidos. Dados de 2001 do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) mostram que, a cada 100 famílias deslocadas, 70 não receberam nenhum tipo de indenização, não havendo diálogo entre o governo e as populações ribeirinhas ameaçadas de deslocamento. Isso ocorre em razão das incompatibilidades verificadas entre as normas ambientais e as do setor elétrico e, ainda, pela desconsideração, por parte dos entes envolvidos no processo, de que o deslocamento de populações não se resume meramente à aquisição da propriedade, mas se trata, sim, de complexo processo de mudança social, abrangendo aspectos de natureza econômica, política, cultural e ambiental.

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Uma ideia sobre “Ministério Público tenta impedir violação de direitos humanos em desapropriação para construção da hidrelétrica de Mauá

  1. jango

    Com toda a razão o Parquet federal. A regra é serem os órgãos ambientais meros coadjuvantes no processo de licenciamento, prevalecendo os interesses das entidades “desenvolvimentistas” da área governamental que tocam o bumbo destes grandes empreendimentos e vão empurrando com a barriga todos os que estão no seu caminho. Se fizerem uma auditoria séria nos chamados “programas de monitoramento” de todos estas hidrelétricas verão que pouco monitoramento houve e os impactos ambientais (velhos e novos) seguem seu curso. De regra, somente há preocupação formal de obterem-se as licenças ambientais, depois é a história da degradação que continua …

  2. Murdoch

    Ok, ok. Vamos daqui uns tempos tomar cerveja
    quente, tomar banho frio, ver TV e usar computador
    a velas. Ah, sim, os sinaleiros de trânsito serão
    a pilha Rayo Vac

  3. Pé Vermelho

    Há que se considerar que o movimento dos sem-terra teve como embrião a união dos agricultores desalojados pelo represamento das águas do Rio Paraná para formar o lago da Usina de Itaipu.

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