Rafael Greca (PMDB), presidente da Cohapar e pré-candidato à prefeitura de Curitiba, deu uma bela tacada. Ele disse que quer acabar com o que chama de “tração humana”, ou seja, aquele espetáculo dantesco de velhos, jovens e até crianças carregando carrinhos cheios de papel e papelão pelas ruas da cidade. Greca acha que a solução é um carrinho com bateria elétrica. Foi conhecer um. Disse então que a Cohapar vai propor ao Governo do Estado, no começo de 2008, um registro de preços para verificar custos de carrinhos movidos a bateria – como os da Coca-Cola, que circulam pelo centro de Curitiba. “A idéia é livrar os carrinheiros de um peso de mais ou menos 200 quilos. Isso é desumano”, afirma o ex-prefeito. A primeira experiência deverá ser feita na Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, onde a Cohapar e o Governo do Estado contruíram 289 sobrados, urbanizaram uma área onde moram 1.800 famílias e há centenas de catadores de papel. Rafael Greca, contudo, está preocupado. Escaldado pelo episódio da bicicleta de Gleisi Hoffmann, que apareceu numa foto em Paris e no dia seguinte a prefeitura de Curitiba lançou um programa na área, manda um recado para o marqueteiro de plantão: “Alô, Nelson Biondi: estou de olho em você! Essa não pode copiar. É minha!”
CAndidato à prefeitura de Curitiba em 1992, Greca prometeu na televisão acabar com o “homem-cavalo”, como se referia aos carrinheiros. Eleito, exerceu o mandato de quatro anos, período em que os carrinheiros continuaram com seu trabalho “desumano”. A nova promessa tem alguma credibilidade? Só pra quem tem memória curta.
Em vez de acabar com o homem-cavalo, Grequinha criou o “Cavalo-Babão”…
Se ele não sabe, ainda que tenha sido Prefeito, o começo do começo do fim dos carrinheiros à tração é a coleta de lixo e do “lixo que não é lixo” completa no centro da cidade (não essa perfumaria que existe) e criação de central de processamento de todo este lixo, através de programa social que aproveitasse, a princípio, esses carrinheiros, criasse renda para eles, e inclusive, os treinasse para outras atividades dali resultantes. A mesma ação poderia ser descentralizada para outros bairros ou regiões. Desumano é ter ou manter (seja por tração ou seja por carro a bateria) carrinheiros arrebanhando lixo pela cidade para levar aos seus locais na periferia. Um programa como este poderia começar com o ex-prefeito indenizando a cidade de todos os monumentais portais inúteis construidos com o dinheiro do povo curitibano, como o da Avenida das Torres na divisa de Curitiba e São José dos Pinhais.
Quanto menos intermediarios melhor. Os carrinheiros estão começando a se organizar em cooperativas. Recolher lixo faz parte hoje em dia de uma cadeia de ocupação. Acho louvavel que eles se aperfeiçoem, garantindo essa renda que move a classe z.
É, tudo vai bem até quando o Governo se intromete…
E para catar um lixo, vão criar outro. O casco da bateria.
Jango: Vc tem certeza que aquela “obra” na entrada de S. José foi obra do Greca? Até onde eu sabia foi coisa do prefeito de lá à época…Mas que é inútil é…