17:13A delícia da perda de mim

Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim, em que o gozo da entrega se sofre inteiramente. E, assim, muitas vezes, escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me façam festas, criança menina ao colo delas.

De Fernando Pessoa no “Livro do Desassossego”

Compartilhe

Uma ideia sobre “A delícia da perda de mim

  1. stella

    Nossa, Zé

    com toda essa sensibilidade explícita quem me deixa no maior desassossego é tu…

  2. Marcinho das Candongas

    Você vai de Fernando, eu vou de Vinícius de Moraes:

    Soneto de Aniversário

    Passem-se dias, horas, meses, anos
    Amadureçam as ilusões da vida
    Prossiga ela sempre dividida
    Entre compensações e desenganos.

    Faça-se a carne mais envilecida
    Diminuam os bens, cresçam os danos
    Vença o ideal de andar caminhos planos
    Melhor que levar tudo de vencida.

    Queira-se antes ventura que aventura
    À medida que a têmpora embranquece
    E fica tenra a fibra que era dura.

    E eu te direi: amiga minha, esquece…
    Que grande é este amor meu de criatura
    Que vê envelhecer e não envelhece.

  3. stella

    Não adianta, Candongas. O Zé bombou geral. Atacar de Pessoa é covardia, não tem pra ninguém, muito menos pro Poetinha.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.