0:28Debate sob a ótica do trombone

Considerações sobre o segundo debate entre os pré-candidatos do PMDB à prefeitura de Curitiba, realizado ontem à noite na sede do partido na rua Vicente Machado. O autor é tocador de trombone e adepto da filosofia do pode ser tudo, pode ser nada. A saber:

1) As mulheres – Margarita e Ana não apenas assistiram ao painel, como participaram do mesmo orientando seus maridos. Margarita era mais explícita. Com seu corpanzil, encostava na parede e fazia caras e bocas, com muita gesticulação para o marido Rafael Greca, e não esquecia o largo sorriso de aprovação toda vez que ele terminada uma intervenção. Ana,
mais discreta, usava só os olhares em direção ao reitor Moreira. Só perdeu a elegância quando passou uma mensagem o seu celular para o celular do marido com dicas sobre o que ele deveria falar nas considerações finais. O que era para ser discreto, acabou percebido por todos, pois a transmissão do celular fez interferência no som, atrapalhando a fala de
Stephanes Jr. E para terminar o capítulo mulheres, Marcelo Almeida já avisou que na sua administração a presidência da FAS está vaga, pois sua mulher, Lindamir Moro, vai ficar em casa cuidando dos quatro filhos.

2) Pérolas – Essas são para ficar na memória. No melhor estilo Magri, Stephanes soltou um “integramento”. Rocha Loures não fez por menos e tascou uma “presença organizativa”. Mas o melhor foi Marcelo Almeida, que disse querer ficar com o “fedor do povo”.

3)O tom dos discursos foi mais firme na segunda etapa do painel Qualicidade. Moreira, que no primeiro turno perdeu feio para Rafael, que demonstrou ser mais macho e apresentou um discurso mais de oposição à atual administração, também engrossou a voz e fez duas críticas diretas a Beto Richa. Ganhou pontos com isso! Rafael, ao contrário, jogou mais para a platéia do próprio partido e disse que terá quatro mil cargos em comissão para distribuir para os companheiros. Marcelo Almeida impressionou com um discurso mais de candidato e revelando ser um profundo conhecedor da história da cidade e do seu orçamento. Stephanes continuou a soltar propostas soltas, pouco consistentes. Rocha Loures poderia, mais uma vez,
ter ficado em casa.

4) A executiva estadual do PMDB fez uma pergunta para os cinco pré-candidatos a respeito de fidelidade partidária, querendo comprometer todos eles com a campanha do próximo ano, independente de quem seja o candidato. É claro que todos juraram fidelidade, companheirismo e trabalho, até mesmo Stephanes. Mas o debate acabou indo além. Marcelo Almeida disse que a fidelidade partidária não está ligada somente à filiação, mas também ao posicionamento político eleitoral. Citou, por exemplo, que um fiel partidário vota com o partido, como ele fez na aprovação da prorrogação da CPMF, mesmo perdendo votos dos eleitores, obedeceu ao partido. Rocha Loures teve que se explicar e relativizar a sua noção de fidelidade, pois ele votou contra o PMDB na Câmara dos Deputados. Assim como existe o meio-fiel, existe o meio-infiel.

5) Por último, vale destaque a guerra de números no debate, prova de que muito número não é garantia de se conhecer a cidade. A primeira pergunta do painel foi sobre gestão. No enunciado, Forte Neto, que sempre fala mais que os candidatos, dise que Curitiba tem 26 secretarias municipais, além de autarquias, fundações e empresas públicas. Foi corrigido por Rocha Loures, que disse serem 22 secretarias e quatro institutos, além das autarquias e empresas públicas. Aí, veio Greca e disse que são 31 secretarias e institutos. E para confundir ainda mais, Moreira finalizou garantindo que são 43 secretarias e orgãos com status de secretarias. Socorro!!!! Dá pra alguém falar a verdade?

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