Nota oficial do Sindijor:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná abomina a conduta criminosa de integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), que nesta manhã mantiveram em cárcere privado três jornalistas que, no exercício de suas atividades profissionais, cobriam a entrega de uma ordem de reintegração de posse numa fazenda invadida pelo grupo em Cascavel. Os jornalistas Alessandro Rocha e Iane Santos Cruz, da CATVE (Canal 21), e Jonas Sotter, da Rádio CBN Cascavel, foram impedidos de sair da Fazenda Agropecuária Bom Sucesso, aonde chegaram na manhã de hoje acompanhando oficiais de Justiça que traziam o mandado. Cercados pelos militantes, os profissionais da imprensa ficaram retidos na propriedade por aproximadamente 50 minutos, período no qual foram insultados e ameaçados. A saída dos jornalistas só foi possível após a chegada da Polícia Militar. Ainda que se aceite a legitimidade deste movimento, é inadmissível que a manifestação política se converta em demonstração de truculência e autoritarismo, especialmente contra trabalhadores que – à margem de qualquer viés editorial que seus patrões tentem impor a seus veículos – se dedicam com profissionalismo à sua atividade. O compromisso histórico dos jornalistas é com uma sociedade efetivamente democrática e livre, por isso a classe não pode transigir com atentados às liberdades fundamentais de quem quer que seja, a começar com a de seus próprios membros, que têm um encargo adicional de ser a voz da sociedade. Aceitar estas agressões é aceitar que a imprensa pode ser tutelada, cerceada e calada – enfim, legitimar a opressão.
Infelizmente, esse antes admirável movimento que começou reivindicando justa paga pela cobertura de terras de centenas de agricultores com o represamento das águas do Paraná para a formação do lago da Usina de Itaipú, desvirtuou-se das suas reais e justas finalidades. Fez por perder a simpatia de enorme parcela da população brasileira. E episódio como o registrado neste blog não é repudiado somente pelo sindicato dos jornalistas paranaenses. É execrado por todos os que abominam o discutível dito de que os fins justificam os meios. Se o movimento (?) olhar novamente para o auditório há tempos lotado por entusiástica platéia que não lhe regateava aplausos, hoje verá centenas de cadeiras vazias. As palmas das minhas mãos já não ardem mais.
zé, ao q parece, novamente, criancas teriam sido usdas como escudos do mst durante a ação. Alguma delegacia de proteção ao menor já não deveria ter interferido nisso ??
Os jornalistas que se preparem, pois a valer a regra geral da pouco tendenciosa Secretaria de Segurança do Paraná, os jornalistas acabarão indiciados e os sem-terra serão as vítimas.
Se é realmente verdade que jornalistas no desempenho de suas funções foram mantidos prisioneiros então está instalada a desordem, a brutalidade, e estamos a um passo da instalação oficial do fascismo.