18:20Fernando Guimarães diz que ataque de Requião foi grotesco, infantil e covarde

O conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães, do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, acaba de distribuir a seguinte nota oficial em virtude dos ataques e da ameaça feita pelo governador Roberto Requião ontem na Escola de Governo: 

Em atenção às agressões verbais contra a minha pessoa, feitas pelo Governador do Estado do Paraná, sinto-me no dever de vir a público esclarecer os fatos à população.

1.       Desconheço completamente o documento que aguçou a ira inconseqüente do senhor governador, exatamente por não ter sido autor de nenhum desses relatórios ou dossiês. 

2.       A agressão que recebi foi proferida de forma irracional, truculenta, sem razão fundamentada. E pior, contra um membro de uma instituição pública que merece respeito – O Tribunal de Contas do Paraná. 

3.       Todos os relatórios produzidos por mim ou pela minha equipe estão identificados e assinados, conforme procedimentos previstos em lei. Jamais me escondi no anonimato ou realizei qualquer manobra escusa, e sempre que convocado pelo Poder Legislativo compareci, cumprindo minha função de Conselheiro e servidor público. 

4.       Nunca divulguei ou dei publicidade a qualquer trabalho em desacordo com as normas procedimentais. Disponibilizei, sempre que solicitado, relatórios de auditoria ao Poder Legislativo Estadual, como forma de prestar auxílio ao controle externo da administração pública estadual. Essas informações solicitadas decorreram sempre de pedidos formais encaminhados pelos órgãos colegiados da Assembléia Legislativa. 

5.       O desrespeito ao cargo que ocupo foi flagrante no destempero do senhor governador, que desferiu ataques sem precedentes na história política paranaense contra um membro de uma Corte. Pior ainda se considerarmos o veículo utilizado, a televisão estatal, que na forma da lei, deveria ser utilizada para orientar, informar e educar a sociedade paranaense e, não para agredir e desfilar bravatas, em conduta incompatível com o cargo de chefe de poder. 

6.       Sinto-me no dever de defender a instituição que integro e o cargo que ocupo, já que a agressão verbal atingiu não só o cidadão, mas o servidor e a instituição Tribunal de Contas do Estado. 

7.       Reafirmo que, apesar dos ataques, continuo sereno, atuando de forma imparcial e impessoal. Esta destemperança não modificará minha conduta. Ao contrário, mantenho a esperança de que a luta pelos princípios éticos devem prevalecer. 

8.       Tampouco as ameaças do senhor governador contra este Conselheiro conseguirão dobrar-me. Honrarei sempre a minha instituição, e os servidores que a integram.

9.       Fico à disposição para responder qualquer procedimento administrativo que o governador queira instaurar, pois nada tenho a temer. Lembro, entretanto, que é preciso que ele seja formal, com motivos claros, transparentes, em procedimento de instrução, contraditório e julgamento. Jamais escamoteado em recados ou sugestões ao presidente desta Corte de Contas para que adote medidas contra a minha pessoa.

10.   Lamento a forma grotesca, infantil e covarde com que fui atacado no plano pessoal e religioso, e de forma preconceituosa. Caso persistam as agressões pessoais, o agressor responderá por estes atos nos tribunais. 

11.   Para finalizar, lembro que entrei no Tribunal de Contas por concurso público e tenho pautado minha atuação, desde o primeiro dia, pela rígida disciplina, pela análise cuidadosa de cada processo que relato ou julgo, pela impessoalidade, e pelo mais acurado senso de justiça e de tolerância, quando não visível a improbidade, a má-fé, ou o desvio de recursos públicos. 

Fernando Augusto Mello Guimarães

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Uma ideia sobre “Fernando Guimarães diz que ataque de Requião foi grotesco, infantil e covarde

  1. Edmond Dantes

    Não gostei da nota do Conselheiro. Sem dúvida ele foi vítima de um ataque grotesco. Qualquer ser, minimamente civilizado, vai se solidarizar com o Dr. Fernando. Sua posição, porém, não foi firme como o episódio pede. Não pode ele esperar outro ataque para buscar as vias judiciais. Mais que isto, só se ele for vítima de agressão física ou homicídio. Em bom português: “afinou”.

  2. Juliano Goulart

    Pelo contrário, achei legal a defesa por se tratar de uma agressão pessoal e não pela administração. Pior se ele entrar nas discussões pessoais.
    Governador “exemplar” esse nosso, besteira atras de besteira.

  3. O RUIM, jeremias

    A resposta foi coerente com o carácter e personalidade do Conselheiro, que é uma figura descontraída e da boa paz. Responder à altura seria baixar-se à pouca estatura do Governador.

  4. Fernando Augusto Mello Guimarães

    Inicialmente queria agradecer às palavras de solidariedade que recebi de todos os participantes neste blog, tanto nesta notícias, como nos outros tópicos em que o assunto foi referenciado.

    Compreendo a discordância do Edmond,em relação à uma atitude mais firme em relação às ofensas pessoais, enquanto cidadão. Seria uma das alternativas que poderia utilizar, mas meu temperamento, como disse o jeremias, é da paz, mas sem baixar a cabeça.

    Aprendi com minha religião e meu pai, que as vezes a humildade e a capacidade de dar mais uma oportunidade antes de medidas mais enérgicas, é uma questão de sabedoria.

    Mas o que me motivou a não rebater nesta nota os ataques pessoais foi o fato de que a nota oficial é relativa à instituição e às ofensas ao meu cargo. Nâo me sentira à vontade me defender pessoalmente junto com a defesa do cargo e o respeito que minha atuação profissional merece.

    É o que o Juliano postou, tentei separar as discussões pessoais das profissionais e institucionais

    Abraços e obrigado a todos

  5. Arrelia

    Requião agora deu pra falar lingua Tupí. A palavra “Mandu” é de origem indigena, e expressa pessoa imbecil, idiota. Quem se sentir ofendido procure seus direitos.

  6. das cavalariças do Rei

    Nada do que é dito Requião tem algum crédito. Perdeu totalmente o crédito este senhor. Este, definitivamente, é um governo de e para idiotas.

  7. Kadu

    o Conselheiro respondeu muito bem aos ataques, não se rebaixando ao nível do mamoneiro e da caterva…

  8. Jose Carlos

    Sem mais considerações. Conhecemos a árvore pelos seus frutos, e o bom trabalho do Conselheiro está aí a provar a verdade, contrastando com o outro. “Audaces fortuna juvat”.

  9. Edmond Dantes

    Percebi na minha mensagem que encabeça este tópico uma palavra que distorce o que verdadeiramente gostaria de transmitir. Afirmei que “Não gostei da nota do Conselheiro”, quando o certo seria: “Não gostei da posição do conselheiro.” A nota foi adequada, formulada com equilíbrio, próprio de pessoas de boa índole. Mantenho minha posição: diante do ataque sofrido, o Sr. Requião deveria sofrer as penas da Lei. Principalmente uma indenização de cunho pecuniário. Se cada vez que ele falar de alguém esta pessoa o processar de forma a doer no bolso, passará ele a, ao menos, refletir um pouco antes de vociferar suas conhecidas leviandades. Ao Dr. Fernando, que cordatamente se manifestou como acima se vê, receba meu reconhecimento e apoio. E, me desculpo pela expressão “afinou”. Não foi apropriada. Na verdade ela foi fruto da indignação pelo covarde ataque sofrido.

  10. Fernando Augusto Mello Guimarães

    Edmond.
    Eu entendi sua mensagem sim. Fique tranquilo e obrigado.
    Aliás, tbm não vi sentido prejorativo na expressão “afinou”, em função do contexto em que foi usado.
    Abraços

  11. carlos barbosa

    Elegante a nota do procurador, com quem me solidarizo. Lamentável é a atitude do atual governador do Estado que envergonha todos os paranaenses. Espero que o presidente do TC não se preste a ouvir as insinuações e recados do atrabiliário governador.

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