O deputado Ademar Traiano (PSDB) resolveu partir para a pancadaria com o ex-procurador Sergio Botto de Lacerda, que o citou de forma pouco lisonjeira na carta que enviou ao governador Roberto Requião. Eis alguns pontos do discurso de Traiano citou hoje na Assembléia:

– O que teria levado Botto a se desencantar com o poder “a que serviu dócil e submisso”, o que teria, de fato, levado “enfim a se libertar da triste sina de servir o autoritarismo e a prepotência palaciana”, num governo onde, segundo o próprio Botto, “só existem ladrões”? “É bom ver todos os ângulos desta questão, é imperioso se analisar a quem serviu este rábula”.           

– “Ao tachar-me de “Traiano de tal” não foi a mim que ofendeu, mas a si próprio por extravasar rancor e mágoa pessoal e com isso demonstrar, mais uma vez, que nem mesmo quando tenta pela segunda renúncia se libertar da veia autoritária, não foi desta vez que conseguiu ter a postura digna e ereta que todos esperavam”.

–  “O ex-serviçal se viu envolvido em atos que tipificam patrocínio infiel pela tentativa de obter comissões, como disse outro integrante da entourage palaciana”.

–  “A herança catastrófica que o Paraná terá que suportar pelas aventuras jurídicas do ChávezParanaense e seus asseclas tipo fiel escudeiro Botto de Lacerda, não podem mais ter continuidade sob o risco de comprometimento do futuro deste estado. Renúncia e simples afastamento palaciano não deve ser salvo-conduto aos que se serviram do poder pela mera discordância do valor de repartição de comissões e benesses”.

– “Rogo para o bem e a biografia do Sr. Botto que resista à sedução do poder e mais uma vez, não volte a servir com a mesma subserviência e rabugice os autoritários e despóticos de plantão”.

– “Lanço, pois, o desafio ao Sr. Botto de Lacerda de que abrirei mão da minha imunidade parlamentar para discutir com ele e com este governo, aqui e se necessário na Justiça e na Ordem do Advogados, ou em qualquer fórum ou instância que foi delituosa e eticamente reprovável a sua conduta como membro do governo”.