6:19De bermuda e chinelos

História curitibana contada por quem conhece os personagens:
 
Um grande empresário, nascido e surgido das chamadas camadas humildes curitibanas, daqueles que não faz nenhuma questão de aparecer e, muito pelo contrário,  recentemente experimentou o doce sentido da volta por cima. Saído de Curitiba há mais de quinze anos, enriqueceu nos Estados Unidos, sua empresa fatura hoje mais de U$ 3 bilhões. Precisando de um advogado na capital paranaense, para tratar de assuntos na área do Direito Comercial, recebeu a indicação de um amigo e foi ao escritório de um famoso advogado. O causídico, que já foi presidente da OAB, é sócio do Graciosa Country Club e, como alguns curitibanos rotulados de curitibocas, se acha mais importante que Airton Senna no céu, preparou-se para recebê-lo. O desconhecido milionário vestiu  bermuda, calçou chinelos, pegou seu velho Fusca, que guarda com carinho por ter sido seu primeiro carro, e dirigiu-se aoescritório de advocacia que fica lá pelos lados do bairro Mercês. Lá chegando, foi atendido com desprezo pelo “Data Venia”, que achou muito pobre a maneira como o indivíduo se vestia e o carro que usava. Tratando-o sem nenhuma venia e com muito menosprezo, pois como todo “curitiboca” que se preze, este advogado valoriza a aparência em detrimento ao conteúdo humano, o mesmo foi surpreendido com um “pedido tempo”: propôs o milionário retornar em meia hora ao escritório. Nosso personagem de sucesso, simples, de bermuda e Fusca, foi até sua casa, vestiu-se de um legítimo Giogio Armani, pegou sua BMW série 7, de U$ 300 mil e voltou ao escritório do ex-presidente da OAB. De novo, agora com novo chape, ele passou a ser tratado com toda deferência que um milionário merece (conforme pensa o advogado). Já com renovado tratamento, copeira servindo-lhe café, antes mesmo de se sentar, o simplório mega empresário desferiu a seguinte pergunta: “Agora o senhor acha que eu estou à sua altura?”. O advogado, com sua fleuma curitiboca, respondeu-lhe: “agora sim. Este terno deve ser um Armani, não? Mas, não entendi por que o senhor pediu-me meia hora para retornar aqui. De que maneira eu posso lhe ajudar?” Então ouviu, com toda fleuma de um homem do povo, quase humilhado por um advogado almofadinha, a seguinte resposta: “O senhor não pode me ajudar em nada. Eu só voltei aqui para mandar você tomar no c…”.

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Uma ideia sobre “De bermuda e chinelos

  1. nelson padrella

    Essa história registra com crueldade a mais pura verdade curitibana. Se você vai até a Boca Maldita de roupinha humilde é esnobado. Mas se você aparece de terno e gravata todos te reconhecem. Infelizmente Curitiba é assim. Moro aqui desde 1958 e sei o que estou falando. Aliás, esse tipo de curitibice é conhecida até no Exterior.

  2. spertus

    Profissionais bestas como este da “estorinha” existem aqui, SP ou NY.
    Agora, o “matuto” milionário se dar ao trabalho de intentar uma vingança moral é do “cacete”. Devia logo dar um “piti”e colocar as coisas no seu devido lugar. Simples e objetivo. O resto é falatório de “marias arrependidas”.

  3. rodrigo

    se ainda estiver procurando advogado .. ele pode falar comigo …. empenho, respeito e etica nosso escritório com certeza oferece….

  4. Jose Carlos

    Olha estórinha sem-vergonha… Advogados assim tem em todo o canto e os piores são justamente alguns novos-ricos, nascidos e surgidos nas camadas pobres, que com todo direito conquistam seu lugar…. Mas a primeira coisa que fazem é, ou trocar de mulher, ou tentar entrar de sócio no Graciosa, ou os dois… O milionário da estória deve ter tentado entrar e foi se vigar porque levou obla-preta….

  5. JJ

    Muito boa a narrativa.
    Vendedoras de shopping tratam consumidores assim, se eles estiverem de bermudas de chinelão…especialmente as das joalherias.
    Anos atrás, numa revendedoras de tratores pesados, que custam hoje mais que uma BMW, menosprezaram um senhor que chegou de chinelos, camisa xadres surrada e uma maleta na mão.
    Menos o dono da revenda, que vendo que ninguém de dignava a atender àquela pessoa, foi rapidamente etender, levando o visitante para a sala da diretoria.
    Em menos de meia hora, havia vendido 3 tratores àquele senhor de chinelos de dedo, que tinha na mala o dinheiro suficiente para comprar as máquinas à vista!
    Lições da vida – em vendas, em dignidade e em bom atendimento.
    Mas muitos não têm a humildade para atender quem não está trajado nos trinques…

    JJ

  6. luis otávio

    Eu sei da história e devo dizer que não é o Doutor Edgar Cavalcanti de Albuquerque, que por sinal, não tem escritório nas Mercês. Ele também não faria uma deselegância desse tipo.

  7. Mirel

    bem feito pra esses curitibocas nojentos que se acham mais que qualquer coisa. pior é que o advogado era o presidente da oab. como um indivíduo dessa qualidade pode ser presidente da oab do paraná.

  8. Junior

    Esse presidente da OAB é um cara que realmente se acha ser mais importante que o próprio George Bush. O empresário fez bem, tomara que ele aprenda.

  9. Arlindo

    Não sei se é pra rir ou pra chorar … Esse episódio não foi o primeiro, nem vai ser o último. Só comprova que gentalha pobre (de espírito e de bolso) que são esses curitibanos típicos. E o pior é que se acham ricos, educados e inteligentes. É tragicômico. E o tal empresário, só se deu bem na vida porque saiu dessa terra de ninguém. Aqui, se você começa a crescer, a turma faz fila pra puxar o seu tapete… Diferentemente de SP e outros capitais, que se você começa a crescer, aparecem sócios ou investidores dispostos a crescer com você!
    E o “spertus” … ou faz parte desse time de curitibanos típicos (já que se entitula spertus), ou é amigo do advogado metido a besta, ou tá morrendo de inveja do matuto milionário!!! Presta atenção, cidadão!!!

  10. Kurt Ponievas

    Só falta dizer que o advogado em questão, ex-presidente da OAB, é um careca torcedor do Coritiba (coitado do Coritiba, o time não tem culpa alguma) e que ainda por cima se gaba de ter contruído a atual sede da OAB. Será que é ele? Um pirulito para quem acertar.

  11. Edmond Dantes

    O sujeito chega em casa e encontra a mulher com outro na cama:

    se o “corno” for carioca, pergunta se tem lugar para mais um;

    se for paulista, manda o cara pagar “milão” pela trepada,

    se for gaúcho mata o cara;

    se for goiano forma uma dupla caipira com o cara, mas…, se for curitibano …FAZ NADA, porque curitibano não fala com estranhos.

  12. RUIM, o jeremias

    O comentarista de nome Kurt está equivocado, o nome do advogado é…..se eu contar eu acho que o Zé Beto não publica o meu comentário, mas o nome não começa com M. Não tem O e nem F nos sobrenomes.

    Juro por São Francisco de ASSIS.

  13. Kurt Ponievas

    Corrigo a minha manifestção anterior. Então só falta dizer que o mau protagonista da história é um advogado que adora automóveis da marca Volvo. Agora está correto? Acho que sim!

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