De Mané Galo, sobre o boto:
Parecido com golfinho, esse mamífero que freqüenta nossas baías e a imaginação de povos da Amazônia é um ativo saltador – alegre, corajoso e, acima de tudo, amigo. Costuma ajudar pessoas em dificuldades defendendo-as de predadores perigosos como o cação e outros da espécie. É personagem mitológico na Amazônia, onde é retratado como sedutor irresistível. Acreditam que o Boto Rosa adquire a forma humana à noite para namorar as índias bonitas da região. Coragem e lealdade são características bem destacadas. Quando agredido, se afasta do agressor, não por covardia, mas como estratégia que usa para relegar ao esquecimento e desprezo quem o agride. Aqui na Ilha do Chapéu convivemos com muitos botos que costumam nadar em volta da ilha em busca de alimento. Acredito que os pescadores de baías no Paraná conhecem bem o comportamento desse mamífero que costuma nadar com elegância e segurança nas águas tranqüilas do noso litoral.
‘A jaçanã cantou no terreiro. A virgem do outeiro se pôs a chorar. O boto não dorme no fundo do rio. Quem tem filha moça convém vigiar’. Sei de quem não. Mas que o boto não dorme, isso lá dorme não. Nem deixa dormir.
Alegre, corajoso, sedutor irresistível?
O nosso “Boto” só seduziu o grande chefe, a “donzela”, louca (não estou falando em Maria Louca, por favor…) para ser seduzida.
Não é alegre. Ao contrário, é uma personalidade irritante, intolerante, chato, irreverente, procurando imitar sempre o chefe, seu ídolo maior.
Tem sempre o nariz empinado, arrogante. Só baixa o nariz e a arrogância, quando está em frente ao chefe. Aí se mostra mansinho, insinuante, sedutor, irresistível, e conquista a donzela. Foi boto sinhá, foi boto sinhô….
Mas, a casa caiu…. sujeira…
O chefe descobriu que muita grana estava rolando…
E daí?
A tática do chefe. Atacar sempre quando estiver acuado. O ataque é a melhor defesa.
Só que a briga é de cachorro grande.
Nessa, bitbulllllllll fica longe.
Não é corajoso. O corajoso mostra sua coragem sempre. Não, quando é pego com a boca na botija. Ou seja, quando meio milhão de reais é pouco. Pouco para convencer o “chefe” de que tem que entregar pros gringos