Do “Goela Falante”, especial para este blog:
Ontem, a noite não chegara, mas as trevas encobriam o gabinete principal do Palácio das Araucárias. “Ponha essa m.. já na agência”, disparou o governador ao seu fiel escudeiro e secretário de imprensa, Benedito Pires. A “m”, no caso, era a carta da Copel lida por telefone para S. Excia., que ainda estava com outra missiva “atravessada”, a do seu ex-advogado pessoal e ex-procurador-geral Sergio Botto de Lacerda (ambas publicadas nest blog). As considerações do governador sobre o que lera enrubesceram o pessoal do gabinete e são impublicáveis. Botto despachara cópia de sua carta ao governador para a RPC, imaginando que pela postura critica da rede, seria tratado como herói. Botto e Requião tiveram a mesma postura às 19:00h ficararam esperando Herivelto….. abrir o jornal. E ele abriu com um incêndio, outro incêndio de verdade, numa indústria de Rolândia. Quando o seu pedido de demissão dos Conselhos da Paraná Previdência, Elejor e Copel foi ao ar, Botto suspirou, mas a RPC fechou o tema com a nota da Copel que o ameaça com o Ministério Público (Ué, pra isso serve o MP?). Estava no ar em grande estilo, ao vivo e a cores, a “m” que Requião mandara Benedito colocar no site da Agência
de Notíciais. Colérico com o desfecho inesperado, Botto passou a mão no telefone e ligou para onde? Para o gabinete da presidência da Copel, onde a diretoria, a tarde inteira, com xerox da matéria sobre “pen drive” publicada por este blog, disparava telefonemas em busca das reações de Botto e de Requião. Botto não deixou Rubens Ghilardi, presidente da Copel, sequer perguntar “quem fala?”. E nomeou a mãe já falecida de Ghilardi, fez ameaças, jogando mais “m” no governo, seus prepostos e bateu o telefone. Atrás do desativado Palácio Iguaçu, na Secretaria de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari fazia piadas sobre a situação do outro ex-baixinho de Requião. Quem fizer uma leitura atenta da carta de Botto ao governador, deve pestar atenção no seu final, com esse trecho:
– Não sou e nunca fui seu lacaio. Tenho a clareza de minha autocrítica e a plena consciência daquilo que é certo e do que é errado. Mas, sinceramente, tenho limites. A sua permissividade e a sua capacidade de não se impressionar diante do que ocorre, me espantam. Esse o meu desabafo de HOMEM, o qual, pela clareza do livre arbítrio que tenho, tornarei público.
Sergio Botto de Lacerda
Conta mais Botto, conta! De repente se obtém o retrato acabado de um governo sem estatura.
Como diria Herivelto original, o Martins – pensando em Dalva de Oliveira:
“Às pessoas que eu detesto
Diga a elas que não presto,
Que meu lar é um botequim.
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim.
Se eu estiver redondamente enganado, me perdoe. Mas não seria do Noel Rosa essa música? Agora fiquei confuso…
Quanto mais esta turma do governo brigar melhor para o cidadão. Só assim para saber a podridão em que está envolto o Estado do Paraná.
E o Ministério Público? Nada!!!!!!
Zé:
Uma pequena correção ao admirado Distefano: a citação musical não é de Herivelto, mas “Último Desejo”, de Noel Rosa. A canção foi escrita no período final de sua vida. Aliás, informam os estudiosos de Noel que só seria passada para a pauta quando ele já se encontrava em seu leito de morte, mal podendo ditar a melodia ao amigo Vadico.
É um samba autobiográfico, uma mensagem de despedida à amada Ceci (Juraci Correia de Morais), com quem viveu um atribulado caso sentimental e que lhe inspirou várias composições.
Aliás caso sentimental atribolado como o de Herivelto com a gloriosa Dalva, e como este imbróglio político momentaneo.
Um abraço,
Bitte
O Rodrigo está rigorosamente certo e eu rigorosamente errado. É de Noel. Como todos no Paraná estou confuso, chamando Jesus de Genésio, Sanepar de Sanepíndia, e assim vai. Pensava na clássica da briga de Herivelto, quando pedia para Dalva não falar da intimidade deles:
“O peixe é pro fundo da rede
Segredo é pra quatro paredes
Não deixe que males pequeninos
Venham transformar os nossos destinos.”
É isso, e perdão a Noel e a Rodrigo.
Olha, é muito mais importante discutir a autoria da boa música do que se preocupar com este governo de lunáticos e celerados, encarapitados na corte das araucárias. Mas, para não perder a oportunidade, cito o grande Norberto Bobbio: “Democracia não é método de escolher os melhores. É método de impedir que os piores se perpetuem no poder.” O tempo passa, devagar, mas passa…..