Da coluna do jornalista Celso Nascimento, na edição de hoje do jornal Gazeta do Povo:
Ausência 1 – O presidente da empresa municipal Curitiba S.A., e recém-eleito secretário do diretório estadual do PSDB, Juraci Barbosa, discorda dos que criticaram a ausência do prefeito Beto Richa na convenção tucana realizada domingo. O prefeito, eleito vice-presidente, estava em São Paulo para assistir ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.
Ausência 2 – Em nota dirigida à coluna, Barbosa explica: “Embora o automobilismo seja o esporte da preferência do prefeito Beto Richa, não podemos desconsiderar que a Fórmula 1 é o maior evento do calendário esportivo brasileiro. Em razão de ser um evento de classe mundial, é freqüentado pelos principais executivos do setor automotivo, que envolve montadoras de automóveis, fabricantes de pneus e acessórios e de instituições financeiras”.
Ausência 3 – Barbosa completa: “O prefeito Beto Richa vem mantendo contato com executivos de empresas do setor automotivo, na tentativa de atrair novas empresas para a cidade, gerando emprego e renda para a população. Esses contatos vêm sendo mantidos desde a realização da primeira corrida WTCC, em Curitiba”.
Ausência 4 – O ex-governador Jaime Lerner, em tom de blague, disse que o prefeito Beto Richa, ao trocar a convenção do PSDB estadual pela Fórmula 1, em São Paulo, “escolheu uma das duas coisas mais chatas que existem”. A outra, garante, é convenção partidária.
Ah, bom!
beto richa estava no lugar certo na hora errada. de mais a mais, a presença dele na convenção era completamente dispensável. na verdade, ele é completamente dispensável…
O Juraci é muito boa praça e deve ser louvado o zelo com o qual se apressou a defender o chefe. Mas ele ignorou um princípio elementar: nesses casos o melhor mesmo é ficar quietinho e esperar o tempo passar. Vá lá que o órgão dirigido pelo Juraci é o que responde pela área de fomento e atração de investimentos, mas aqui entre nós, como já disse alguém neste mesmo blog, dias atrás, certas coisas não tem explicação. Quem já esteve numa corrida de Fórmula I sabe que ali se pode tratar de tudo, menos de negócios. Alguém pode imaginar que a Volvo, Renault, VW-Audi, etc., vieram para cá a partir de encontros do Lerner com os executivos das empresas nos boxes de Interlagos? Se o prefeito queria encontrar o pessoal da Yokohama, p.ex., poderia te-lo feito no sábado, no conforto de um hotel 5 estrelas, onde as tratativas certamente seriam muito mais proveitosas. Mas, por favor, assumam a derrapada (para ficar no terreno do automobilismo) e não venham com presepadas.
E o Lerner, que nada falava, agora resolveu sair com frases espirituosas. Nessa ele está coberto de razão.