“Lampião dava água pros macacos (policiais) presos, pra eles não morrer de sede. depois matava eles. / Eu tinha 10 anos. O cara violou minha irmã. Enterrei a faca no umbigo dele. / No bando não tinha ás nem rei, era um por todos e todos por um.” / “Eles tinham sempre 600 contra noventa. E perdiam.” / “Onde 90, 100 atiram no meio de 200, 300, ninguem sabe quem mata quem.” / “Ninguém enterrava os mortos. Ficava tudo lá, uai!” / “Lampião perguntou se eu queria ficar com ele ou morrer. Eu fui, né?” / “Eu peguei 145 anos. Pedi ao juiz pra abater para 140 ou arredondá para 150.”

(Entrevista com Volta-Seca à turma do Pasquim, em 1973, quando ele era o último remanescente do bando de Lampião. Estava morando em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, com seus 13 filhos. Publicado no livro Millôr Definitivo.)