15:23Bruno, eu e os tiros na cara – parte II

Do jornalista Jorge Eduardo França Mosquera:

“Só agora li os comentários sobre “Bruno, eu e os tiros na cara”, que enviei a este blog. Noto, com pesar, que o texto não foi compreendido em sua intenção e dimensão. Serei mais claro, espero: a sociedade, principalmente os segmentos mais elevados da pirâmide, não se chocaria tanto se o homicídio de Bruno tivesse sido cometido contra um garoto da periferia da periferia, desses que não terão muita chance na vida. Se o garoto fosse de Almirante Tamandaré (onde execuções e desovas de corpos humanos), por exemplo. Quase nenhum desses será bacharel em alguma coisa, comerciante, técnico
industrial, mecânico ou balconista de loja. A maioria vira bandido, talvez nem passe dos 20 anos de idade. O que escrevi nada tem de preconceituoso. Só busca mostrar que nós, os mais favorecidos (a turma do lado de cá; não creio em andares nessa altura dos acontecimentos), os vigilantes armados (não sei se são regra ou exceção), parte da polícia e mesmo setores da Justiça não enxergam os pobres como seus iguais. Os pobres já levam um selo na testa. Tenho certeza que, se os rambos do Alto da XV soubessem que Bruno era filho da classe média – e ainda que ele ameaçasse denunciá-los -, pegariam seu
telefone, ligariam para o pai, o fariam pagar pela limpeza da parede da clínica e fim de conversa. Pichadores, de qualquer classe social, devem ser tratados igualmente: se maiores, pagam pelo prejuízo causado; se não, os pais ou responsáveis que paguem. De todo modo, qualquer tratamento dispensado a pichadores ou assassinos ou inocentes ou nossos filhos
ou filhos de famílias das fraldas da cidade deve ser o mesmo: dentro da lei. Direitos humanos não devem ser só conversa de
acadêmico. Devem ser prática diária de toda a sociedade. Sem exceção. É isso.”

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Uma ideia sobre “Bruno, eu e os tiros na cara – parte II

  1. reginaldo

    Concordo com vç zé beto, na sexta-feira li numa coluna da tribuna que o jovem bruno estaria depressivo e precisava se expressar! é mole? e a dona do muro? tinha culpa nisso? Hj em outra matéria do Estado do PR, um jornalista entrevista outro pichador e ele diz que só atua em prédios abandonados, ainda que era estudante de engenharia! é mole? passara a mão na cabeça deles é permitir atos futuros. Ainda tem a comparação do serviço de segurança particular com a privada, mas isso é outra história!

  2. Arrelia

    Sendo rico ou pobre, do alto da XV ou de Almirante Tamandaré, nada, nada justifica ou pode amenizar a atitude criminosa desses vigilantes bandidos. Perdoe-me caro jornalista, o que está sendo julgado pela sociedade, não é a condição social da vítima, mas os atos de tortura, de torpeza, de futilidade, de subjugação,de sarcasmo, de tornar impossível a reação da vítima e após tudo isso da execução sumária a tiros da vítima Bruno. Poderia, ser Paulo, João, Felipe, filho de torneiro mecanico ou de empresário, jamais me calarei frente a atos como esses. Espero sim, que os responsáveis pela empresa Centronic, sejam punidos exemplarmente, com a cassação do alvará dessa empresa de segurança.

  3. Luis Henrique

    Jornalista Jorge Eduardo,

    Quando a gente dá um fora, é melhor se desculpar que pretender se explicar. Seu texto inicial foi compreendido exatamente da maneira como devereia ter sido: pura besteira de quem vê a realidade através de uma õtica totalmente desfocada.

    Sua tentativa de explicação, demonstrou que nada pode ser tão ruim que não possa piorar. Seu texto, apesar de acadêmicamente correto, em seu conteúdo, com todo o respeito que devo eu lhe dedicar, em minha opinião, é uma grande merda.

    Porém, assim é a democracia. Conviver com diferentes opiniões é a essência da manutenção da civilização.

    Entenda, por favor, a qualificação de seu texto como “merda”, pois não encontrei em meu vocabulário, uma palavra que tão bem resumisse a desinteligente análise feita pelo senhor, neste blog.

    Abraço ao senhor, ao Zé Beto e aos demais leitores, que espero, comunguem com minha humilde opinião.
    Luis Henrique

  4. Dirceu Hubner

    “A maioria vira bandido” foi boa. Tens em mão alguma pesquisa que afirme isso? Ou foi só na base do preconceito mesmo?

  5. Luis Henrique

    Oi sr. Reginaldo seu imbecil, com todo o respeito que lhe dedico, voce alguma vez ouviu falar em proporcionalidade ou princípio da proporcionalidade?

  6. Red Foot

    Onde vai ser o duelo? Vai ser ao por do sol? No rancho KO? Qual a música de fundo? O dólar furado? Ih! Perguntei e respondi tudo. Pareço o Jô e o Faustão entrevistando. Mas gente, que tal devolverem os revólveres aos respectivos coldres? Vamos todos para o sallon. Ei! Sam. Uísque para todos. Eu pago a rodada.

  7. Junior

    Um tal de Reginaldo comentou o artigo dando a entender que que o jovem Bruno mereceu esse fim porque pichou propriedade alheia… Eu pergunto a ele: Se uma criança roubar uma bala de um mercado e o segurança atirar nela tudo bem? Afinal o mercado levou um prejuizo de 10 centavos… Não acho correto pichar, mas condenar um pichador a morte é exagero…

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