No jardim da saudade o homem de mão dada com o menino. Ao longo da grama verdinha, em silêncio por entre as lousas brancas. Diante do túmulo querido baixam a cabeça e sussuram uma prece.
– De que você mais gosta, meu filho, quando vem aqui?
O murmúrio sereno da pequena cascata nos degraus de pedra. As árvores anãs. O canteiro de imaculados seixos redondos. O jogo de sombras na trilha sinuosa do bosque.
Ao longe, na rua, os carrinhos de pipoca, sorvete, cachorro-quente.
E o menino, banguelo e feliz:
– De comer.
De Dalton Trevisan, publicado em 1993 no Folheto 4