De bode, não consigo comer. Falo sozinha, não sei onde estou. Fico dez dias sem dormir. Só converso comigo e penso maldade. Muita vez faço sem querer. Meto a faca num pivete. Seja ele, orra, não eu.
Comecei com cigarro, benzina, maconha, cola, éter. Depois pedra. Quando dá, pico na veia. Foi por safadeza mesmo e pra vingar do puto do pai. Só queria fazer sacanagem.
Alguma vez tiro cadeia só pra engordar. Tomara fique bastante tempo. Daí para um pouco na pedra. Chapada, quase me enforquei no casarão.
De Dalton Trevisan em “99 corruíras nanicas”
Deve ser a 3ª vez que você posta esse continho.
E cada vez eu gosto mais, Ricardo. Um abraço. Saúde
ô ZB, manda mais DT que esse povo é preconceituoso. A Curitiba que o Dalton canta e conta não cabe na glamourizada “cidade sorriso” dessa burguesia que conhece de cor os “xóping de maiami”. Um pequeno reparo digitalográfico: muita, no primeiro parágrafo. abraço