16:05A internet e a escrita

No excelente jornal literário Rascunho, edição número 89, do chapa Rogério Pereira, o escritor Cristovão Tezza sapeca na capa: “Acho que a internet está exigindo que as pessoas tenham de escrever cada vez melhor. Elas têm de praticar. A escrita voltou a ser um valor social. E quando isso acontece, todas as forças começam a trabalhar nessa direção.”

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Uma ideia sobre “A internet e a escrita

  1. Zeca

    Não entendi bem a declaração de Cristovão Tezza. Ele acredita que as pessoas estão tentando escrever melhor? A internet exige que se escreva melhor? Nenhuma dessas indagações estão acontecendo. Pelo contrário: as barbaridades que a gente lê nos blogs, nos “diálogos”, nos recados são assustadoras. A impressão que tenho é que o internauta caiu de vez na cultura da ignorância e do lixo. O leitor Tuca botou um exemplo realíssimo: “vc axa issu mess?” Esse é o “aprimoramento” que os jovens buscam, por falta de conhecimento e por comodidade.

  2. Tuca

    E, o pior, Zeca, é que me dá três tipos de medos só em pensar nas respostas a essas indagações e nenhuma, nenhuma mesmo, vai ao encontro do que diz o professor Cristóvão Tezza, por quem nutro profunda admiração. Queria muito compartilhar de seu otimismo, mas esse sentimento está aquém do que sinto diante do que percebo, vejo e leio nas navegações da vida. A imagem da palavra escrita é muito forte e quando se apela para o uso de siglas e de abreviaturas para facilitar ou agilizar o diálogo, temo pela fixação desses “cacos” na memória. E não se trata de siglas escritas corretamente, mas de uma espécie de sigla “fonética”. Eu já me peguei sob o dilema de lembrar se VC por extenso seria você ou voçê (com “cedilha”). E me senti o cocô do cavalo do bandido por essa dúvida. Queria muito mesmo ser otimista com relação ao uso da língua portuguesa na internet, mas não consigo. Fico com o eterno menino maluquinho, Ziraldo, que em diversas entrevistas manifestou seu pavor com relação a isso. Quem tiver adolescente em casa, fique de olho!

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