Graças ao esforço do repórter Caio Costa Lima, da Gazeta do Povo, o sr. Milton Riquelme de Macedo, digníssimo procurador-geral da Justiça, finalmente concedeu uma entrevista. A penúltima vez que tinha feito isso foi para defender o governador Roberto Requião assim que o policial civil Délcio Rasera foi preso pelo Ministério Público do Paraná sob acusação de chefiar quadrilha que grampeava ilegalmente telefone. Rasera era funcionário da Casa Civil. A defesa de Riquelme foi utilizada na propaganda eleitoral pela campanha de reeleição de Requião no ano passado. Por conta disso, o Conselho Nacional dos Ministérios Públicos ainda analisa uma ação para tirar-lhe o cargo. Mas Riquelme falou. Melhor, escreveu, porque só aceitou responder através de email, ou seja, sem direito a aperto. Hummm. Sobre este caso ele colocou no balaio o ex-procurador geral do Estado, dizendo que ele estava presente na gravação feita pela produtora de Cesar Setti, que não tem nada a ver com peixe porque estava trabalhando na campanha. Quem leu a ata do Conselho do Ministério Público do Paraná, onde correu ação local para a degola de Riquelme por causa deste ato inexplicável, sabe que, entre outras coisas, não havia entrevistador na ocasião, ou seja, Riquelme deu um depoimento. Botto de Lacerda de fato estava presente. Com o que escreveu para a Gazeta, Riquelme deu a entender que estava sendo pressionado? Hummmmm. Na entrevista publicada hoje, o procurador-geral da Justiça defendeu o Ministério Público dos ataques do governo do Estado e dos deputados estaduais que querem diminuir a atuação do MP e o salário dos promotores. Perfeito. Mas não falou um tico contra o governador Roberto Requião. A parte mais inacreditável é quando defende a eleição direta do procurador-geral Justiça através da eleição dos integrantes do Ministério Público. Bem, depois que perdeu as duas últimas eleições internas e mesmo assim foi escolhido por Requião para o cargo, essa declaração seria a mesma coisa que Fidel Castro declarar agora, quando está no bico do corvo, que é a favor da democracia e sempre sonhou em transformar Cuba num exemplo acabado de sociedade capitalista.
Ta tudo bem. Entre mortos e feridos certamente salvar-se-ao todos. Nepotismo, Requianismo, protecionismo, manismo, enfim, tudo sera acomodade entre eles, quem viver verã.