11:30Reflexões de um coronel

Circula na internet, na rede entre oficiais reformados e da ativa do Exército, o seguinte texto, sob o título “REFLEXÕES DE UM CORONEL ESCLEROSADO”:

“Sentado em minha poltrona favorita, vi pela TV que o Brasil tinha novo Ministro da Defesa. Ministro da Defesa? Não pode ser. Não estão querendo dizer Ministro da Guerra? Lembro-me então que isso é coisa de um passado remoto. Mas o nome Defesa não está errado?

O nosso Ministério da Defesa peca inicialmente pelo nome: alguém que entra em campo com a imposição de apenas se defender, está fadado a perder ou no máximo empatar. O nome mais correto seria Ministério das Forças Armadas, ou no nosso caso atual, MINISTÉRIO DAS FRAQUEZAS DESARMADAS.

Lembrei-me então que existe uma imposição que o Ministro da Defesa seja um civil e de preferência com o Certificado de Isenção do Serviço Militar. Mas agora a coisa melhorou. Parece que foi colocado alguém do ramo. Ele está fardado! E tem um belo currículo. Tem “notável saber jurídico” pois foi Ministro e também Presidente do Supremo Tribunal de Federal, mas seus oficiais de gabinete se esqueceram de alertá-lo que existe uma lei chamada Estatuto dos Militares que em seu Art. 76 diz “Os uniformes das Forças Armadas, com seus distintivos, insígnias e emblemas, são privativos dos militares e simbolizam a autoridade militar, com as prerrogativas que lhes são inerentes. Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emblemas militares, bem como seu uso por quem não tiver direito.”

O uso do uniforme militar pelo Ministro causou preocupações aos seus assessores. O tesoureiro do gabinete pensou: “Será que posso sacar o soldo de soldado recruta para o Ministro? Ele certamente não irá gostar, porque o nosso recruta recebe menos que um salário mínimo?.” Por sua vez, o Ministro, preocupado com o cerimonial, indagou aos seus áulicos: – E se me “baterem” continência, como vou proceder? Rapidamente o seu assistente disse: – O senhor responde com o mesmo gesto, com a mão direita. Um segundo, mais chegado ao esquema gramscista, adiantou: – É melhor responder com a mão esquerda, é mais atual. O terceiro, adepto do Foro de São Paulo, que sempre aparece nesses momentos, arrematou: – O senhor pode responder com as duas mãos, fazendo o famoso “TOP,TOP,TOP” já institucionalizado pelo Palácio do Planalto.

Atributos não faltam ao Ministro. Com o seu notável saber político, foi deputado federal e constituinte em 1988 e publicamente revelou que fraudou o texto constitucional, depois de ter sido aprovado em plenário. Agora é especialista em aviação. Quando for visitar a Marinha vai ficar uma gracinha com sua roupinha de marinheiro. – Marcha soldado, cabeça de papel…

Luiz de Camões foi militar e suas palavras esculpidas em bronze na pérgula da Academia Militar das Agulhas Negras, ficaram gravadas indelevelmente em nossas mentes e nossos corações: “A disciplina militar prestante, não se aprende senhor na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando, mas sim vendo, tratando e planejando.?” Passo a palavra à Procuradoria da Justiça Militar;

Rogamos a DEUS que salve a nossa PÁTRIA.

Brasília, 7 de agosto de 2007

Coronel Ref. Cícero Novo Fornari

Compartilhe

Uma ideia sobre “Reflexões de um coronel

  1. Edmond Dantes

    Sim o Coronel realmente está esclerosado. Não sou fã de Nelson Jobim. Acho-o um “jurista” medíocre, mas, neste caso, ele nada deve. O fato é que ele não usou uniforme de força armada alguma. Usou traje camuflado que se compra em qualquer loja. O uniforme do Exército Brasileiro é outro. Repito, o Coronel esclerosou mesmo

  2. Edmond Dantes

    Complementando o comentário anterior. As considerações do Coronel sobre o Ministério da Defesa revela não só o alto nível do corporativismo dele, como também o seu desconhecimento sobre a função estatal de defesa externa consagrada na nossa Constituição. Tomará não seja ele a síntese da competência dos oficiais da forças armadas brasileiras.

  3. nelson padrella

    Minha preocupação, prezado coronel, é bem diferente da sua. Preocupa-me saber até onde irá o Terrorismo Jurídico implantado no país, quando qualquer cidadão tem seu nome jogado na lama por qualquer juiz venal que acata denúncia sem consistência. Cujo juiz condena o réu criado por mentes criminosas, e a vida segue seu curso como se este fosse o melhor dos mundos. Sim, porque está instituido o Terrorismo Judicial, onde a Justiça é moldada nas mãos de pessoas sem ética. Pobre Brasil. Assusta-me a frase do senador Renan Calheiros: “Provas não significam nada”

  4. carlos

    Realmente como dizia o então cel. Golbery, “milico é bicho burro”. É peleando, não “planejando”. É que felizmente durante o período em que essa alimária serviu não houve nenhuma peleja…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.