um cara cevado de medos
adubado
goela abaixo o brasão do silêncio
um cara desses
selado à saída do útero
fardado e cromado
fizeram-lhe ginete
esporearam-lhe os flancos
atocharam-lhe a mordaça
um cara assim
covarde e centauro
sendo coice e costela
de repente o acorde de uma veia
salta-lhe a jugular
a faca no branco dos olhos
De Tárik de Souza no livro “Autópsia em Corpo Vivo”